O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados rejeitou nesta quarta-feira (11) a representação por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) por suspeita de envolvimento com o grupo do empresário de jogos ilegais Carlos Cachoeira.Por 18 votos a 1 e uma abstenção, o conselho derrubou o parecer do relator Amauri Teixeira (PT-BA) que defendia a abertura de processo para investigar indícios de ligação do deputado com integrantes do grupo.

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Ele nega qualquer envolvimento com o esquema. Protógenes contou com apoio especial de parlamentares do PT e do PMDB.Em junho, deputados petistas já haviam se movimentado para impedir o prosseguimento da representação.

A representação pedia a investigação das relações de Protógenes com Idalberto Matias Araújo, conhecido como Dadá, ex-sargento da Aeronáutica e acusado de ser o "araponga" do grupo de Cachoeira.

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Escutas da Polícia Federal na Operação Monte Carlo mostraram Protógenes em 2011, quando já era deputado, dando orientações a Dadá sobre como proceder como testemunha de um processo aberto pela corregedoria do órgão que investigava a atuação dele como delegado.

Em sua defesa, Protógenes lembrou que foi autor do pedido de instalação da CPI do Cachoeira. De acordo com o deputado, seria incoerente atribuir a ele qualquer relação com o esquema.

Protógenes argumentou que a aprovação do parecer de Amauri Teixeira, já seria sua condenação política. Delegado da Polícia Federal, Protógenes disse ter conhecido Dadá em 2007, durante um trabalho envolvendo os serviços de inteligência da PF e da Aeronáutica.

A Câmara também decidiu arquivar os processos contra os deputados Sandes Júnior (PP-GO) e Rubens Otoni (PT-GO) por suposto envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos o Carlinhos Cachoeira.

Em reunião na tarde desta quarta, a comissão de sindicância, no entanto, votou pelo prosseguimento do processo contra Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO). Pesa sobre Leréia a suposta sociedade dele com o irmão de Cachoeira em um avião.

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As decisões da comissão de sindicância, todas unânimes, terão de ser ainda referendadas pela mesa diretora da Câmara. Se a mesa confirmá-las, Leréia responderá por quebra de decoro no Conselho de Ética da Casa. Em seu parecer, o relator, Jerônimo Goergen (PT-RS), argumentou que a relação de Leréia com Cachoeira ia além de uma mera amizade. "Tratava-se de uma relação de negócios", disse Goergen. Leréia é acusado de usar o cartão de crédito de Cachoeira para pagar contas pessoais, além de ter usado um telefone Nextel cedido pelo contraventor.