Dominada por um grupo de parlamentares considerado mais conservador, a Comissão de Direitos Humanos aprovou na última quarta-feira — por 10 a 6 — audiência pública que irá ouvir nove pessoas que eram homossexuais e que mudaram sua orientação com o tempo.
Ainda não há data para ocorrer. A proposta é de autoria do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que, na justificativa de seu pedido argumenta que os ex-gays são alvos de discriminação e são apontados, por seus antigos “pares homossexuais”, os companheiros, como fingidores e, os heterossexuais, dizem que eles estão dissimulando. “Assim, os homossexuais e os heterossexuais consideram os ex-LGBTTs mentirosos, dissimulados e até mesmo doentes mentais” - justifica Feliciano.
Dos nove convidados, cinco são homens e quatro mulheres. No grupo há três pastores, um cantor evangélico, uma missionária, uma psicóloga e um estudante de psicologia.
Para o deputado, os programas de TV tratam os ex-homossexuais como pessoas caricatas e que enganam a sociedade, sobretudo seus cônjuges. “Esses cônjuges são mostrados como quem estariam embarcando numa aventura, ao se casarem com pessoas que praticariam fraude sentimental, dizendo haver mudado a orientação sexual quando, na verdade, apenas enganam e tripudiam sobre a confiança de terceiros” - diz Feliciano.
Parlamentares do PT, do PSB e do PSDB, cientes da derrota na votação, apelaram para que a proposta não fosse votada. O presidente da comissão, Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou que um debate desse vai expor as pessoas e será um “atrativo para a mídia”.
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