Dois delatores da Operação Lava Jato foram condenados nesta segunda-feira (20) pelo juiz federal Sérgio Moro a 15 anos de prisão. O ex-presidente da Camargo Corrêa Dalton Avancini e o ex-vice-presidente Eduardo Leite vão cumprir parte da pena em prisão domiciliar e parte em regime semiaberto. A reportagem da Gazeta do Povo conversou com o advogado dos executivos, Marlus Arns, que considera a condenação “dentro do esperado”. Confira:
Como o senhor avalia a sentença?
A sentença está absolutamente dentro do esperado, salvo talvez a rapidez dela, que é típica do doutor Sérgio Moro. Os termos da sentença estão dentro do esperado, porque eles são os termos do acordo. O acordo previa uma condenação em 15 anos e a sentença condenou em 15 anos. Então em termos práticos o que está valendo é o acordo.
O senhor acha que a condenação é satisfatória, sem o acordo ela seria muito maior?
O acordo foi um acordo benéfico para a defesa e também para a acusação porque trouxe fatos que possibilitaram novas fases para a operação e também para a defesa porque pôde dar um norte em termos de pena. Uma questão muito importante é o cumprimento dessa pena. O juiz ratificou e homologou, eles vão ficar presos até março do ano que vem em regime fechado, que é a prisão domiciliar. Depois vão ficar de dois a seis anos no semiaberto. Acho que esse é um ponto importante de ter feito o acordo, você tem uma noção exata de como você vai cumprir a pena.
Como eles receberam a sentença?
A situação deles é muito grave. Eles estão cumprindo pena, apesar da população em geral ter uma noção de que eles estarem em casa é um benefício eles estão presos e isso é grave. Eles receberam com tranquilidade, justo porque está nos termos que eles já conheciam no acordo.