O clima é tenso na região do Agreste pernambucano por causa dos conflitos entre fazendeiros e os movimentos sociais ligados aos trabalhadores rurais, que já provocaram três mortes e um cerco a um acampamento do MST, desde a última quinta-feira. Os crimes ocorreram com requintes de perversidade e são interpretados pelis líderes dos movimentos como um recado dos latifundiários. O caso mais recente foi o do vereador e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Taquaritinga do Norte, Luiz Manoel de Menezes, de 52 anos, que recebeu três tiros na cabeça, na manhã de domingo, em sua casa, no Sítio Silva, zona rural do município.

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Uma reunião no Ministério Público estadual com a participação do procurador-geral de Justiça, Francisco Salles, a superintendente do Incra de Pernambuco, Maria de Oliveira, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Pernambuco, Júlio Oliveira, o deputado Izaltino Nascimento e lideranças de movimentos sociais discutiu ações articuladas para combater a violência no campo.

A sequência de crimes teve início na quinta-feira, quando o líder do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Hanilton da Silva, 34, foi executado com 18 tiros na cabeça no município de Itaíba, onde a situação é ainda mais preocupante, segundo o MP. Na madrugada seguinte, de acordo com o coordenador do MST, em Pernambuco, Jaime Amorim, os acampados da fazenda Santo Antonio, no município de Altinho, foram emboscados por um grupo de aproximadamente dez homens, quando haviam deixado a fazenda e retornado ao acampamento, na beira da estrada, para aguardar pela vistoria da terra. Segundo Amorim, houve uma verdadeira chuva de tiros, até a chegada da polícia ao local.

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No anoitecer de sábado, a vítima foi o agricultor José Antônio dos Santos, 50 anos, integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), assassinado com 14 golpes de faca. O crime se deu no município de Tacaimbó, distante 164 quilômetros do Recife.