O conselheiro José Saraiva, que “pediu vista” do processo que a Comissão de Ética Pública da Presidência da República poderia ter aberto, nesta segunda-feira (21), contra o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, foi indicado pelo próprio ministro. Saraiva tomou posse em setembro deste ano, já na gestão de Michel Temer, mas a sua nomeação foi assinada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que estava no exercício da Presidência, após pedido do ministro Geddel, que é seu amigo.
Até agora, Temer tem dito a amigos que pretende manter o ministro baiano na equipe. A descoberta de que o conselheiro responsável pelo pedido de vista na Comissão de Ética foi indicado por Geddel, porém, está sendo considerado “um complicador nesse caso”. A interlocutores com quem conversou nos últimos dias, Temer lembrou que Geddel o ajudou durante o processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff. O baiano sempre foi adepto do estilo “bateu, levou”, atuando como uma espécie de “escudo” de Temer, conhecido por ser mais conciliador.
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Leia a matéria completaCinco dos sete conselheiros da Comissão de Ética Publica votaram por “abrir processo ético” contra Geddel por causa da denúncia feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou de tê-lo pressionado para liberar um empreendimento imobiliário em Salvador.
Apesar de já ter maioria dos votos (cinco dos sete votos), a comissão deixou a decisão para a próxima reunião, dia 14 de dezembro, para que Saraiva possa ter tempo de apreciar com mais tempo o caso, conforme explicou o presidente da Comissão, Mauro Menezes. Até lá, os conselheiros podem, inclusive, mudar de voto, o que não é esperado. O outro conselheiro que não votou foi Marcelo Figueiredo, que acompanhou a posição de Saraiva, e decidiu deixar para dar seu voto também em 14 de dezembro, quando o caso voltar a ser discutido pela comissão.
Saraiva também foi nomeado na gestão Temer, só que nos primeiros dias da gestão interina do peemedebista. Menezes, em entrevista na manhã desta segunda-feira, disse haver “materialidade para a abertura do processo”, embora reconheça que “cabe ao colegiado decidir”. Além de Menezes, votaram a favor da abertura do processo contra Geddel os conselheiros Américo Lacombe, Suzana Camargo, Luiz Navarro e Marcelo Alencar.
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