
Renan é absolvido em um dos processos de cassação
O Conselho de Ética arquivou nesta quarta-feira (14) a representação número dois, em que o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é acusado de tráfico de influência para beneficiar a cervejaria Schincariol. A decisão foi tomada por nove votos sim e cinco abstenções. Leia matéria completa
Por 11 votos a 3, o Conselho de Éticaaprovou nesta quarta-feira o relatório que recomenda a cassação do mandato do presidente licenciadodo Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de usar laranjas para esconder sociedade em emissoras de rádio e num jornal em Alagoas. Votaram a favor da cassação Eduardo Suplicy (PT-SP), Heráclito Fortes (DEM-PI), Marconi Perillo (PSDB-GO), Marisa Serrano (PSDB-MS), Adelmir Santana (DEM-DF), Demóstenes Torres (DEM-GO), Renato Casagrande (PSB-ES), Romeu Tuma (PTB-SP), João Pedro (PT-AM), Augusto Botelho (PT-RO) e o próprio relator. Almeida Lima (PMDB-SE), Wellington Salgado (PMDB-MG) e Valdir Raupp (PMDB-RO) votaram a favor de Renan. Na próxima semana, o plenário deve decidir se cassa ou não o mandato do peemedebista.
- Pesa contra sua presunção de inocência sua conduta na Presidência, com suas notórias e reiteradas interferências no órgão, no intuito de interferir nas investigações, ao invés de manter o afastamento exigido pelo decoro - declarou Peres, ao final da leitura de seu relatório.
Já o advogado de Renan, José Fragoso, pediu que os senadores não aprovem o pedido do relator, por considerar que ela está baseada no depoimento de João Lyra, adversário político do parlamentar por Alagoas.
O advogado acusou o contador José Hamilton Barbosa, que prestou depoimento ao Conselho de Ética, de mentir e servir aos interesses de Lyra, ao confirmar uma suposta sociedade secreta entre Lyra e Renan. A verdade, disse, está na declaração do empresário Nazário Pimentel, que afirmou ter vendido as empresas de comunicação a João Lyra, e declarou que Renan nunca foi sócio oculto do usineiro
Antes, o Conselho de Ética aprovara, por 9 votos a favor e 5 abstenções, o relatório do senador João Pedro (PT-AM) que pede o arquivamento do segundo processo contra Renan. Segundo a acusação do PSOL, baseada em reportagem da revista "Veja", o presidente licenciado do Senado teria feito lobby em favor da cervejaria Schincariol que, em troca, comprou uma fábrica do irmão de Renan, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), cuja representação no Conselho de Ética da Câmara sobre o mesmo assunto foi arquivada nesta terça-feira.
Votaram pelo arquivamento da representação os senadores João Pedro (PT-AM), Eduardo Suplicy (PT-SP), Augusto Botelho (PT-RO), Renato Casagrande (PSB-ES), Romeu Tuma (PTB-SP), Almeida Lima (PMDB-SE), Wellington Salgado (PMDB-MG), Valdir Raupp (PMDB-RO) e Jefferson Peres (PDT-AM). Enquanto se abstiveram de votar: Marconi Perillo (PSDB-GO), Marisa Serrano (PSDB-MS), Heráclito Fortes (DEM-PI), Demóstenes Torres (DEM-GO) e Adelmir Santana (DEM-DF).
No início da leitura do parecer de Peres, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), aliado de Renan, reclamou que os integrantes do colegiado não receberam cópias do relatório. O pedetista respondeu que ele logo leria a conclusão do processo.
A quarta representação contra Renan, sobre um esquema de corrupção em ministérios do PMDB, e a quinta, sobre denúncias de espionagens contra senadores da oposição, ainda não têm data de votação no conselho.
Julgamento em plenário deverá ser no próximo dia 22
Diante da constatação de que seu afastamento da presidência da Casa reduziu a pressão pela cassação de seu mandato, Renan articula a antecipação de seu próximo julgamento em plenário, acreditando que o momento é favorável à absolvição.
Até senadores da oposição admitem que ele conseguirá salvar o mandato. A expectativa, confirmada pelo presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), é que Renan seja julgado em plenário dia 22 próximo.
- As chances de Renan ser absolvido são maiores. Seu afastamento da presidência reduziu a pressão pela cassação - afirmou Valdir Raupp.
Caso seja absolvido, Renan crê que terá margem de manobra para negociar a própria sucessão - seja acertando a renovação de sua licença, para não tumultuar a votação da CPMF no plenário, ou deflagrando a disputa pelo comando da Casa. Esse último cenário não agrada ao governo, que gostaria de manter o petista Tião Viana na presidência até a votação da CPMF.
PF prende assessor de Renan em operação de combate ao contrabando
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira Carlos Rudiney Arguelho Mattoso, assessor parlamentar de Renan Calheiros, e mais 18 pessoas suspeitas de envolvimento num esquema de contrabando de computadores e máquinas fotográficas, entre outros produtos eletrônicos, do Paraguai para Brasília. Fotógrafo da presidência do Senado, Mattoso é acusado de usar cotas de correios de dois deputados federais para enviar produtos contrabandeados a clientes da organização.
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