Atualizado em 13/06/06, às 16h46
O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta terça-feira, por 12 votos a zero e uma abstenção, o relatório do deputado Jairo Carneiro (PFL-BA) que recomenda a cassação do mandato do deputado José Janene (PP-PR).
Ex-líder do PP, Janene é acusado de ter recebido, por meio de seu assessor João Claudio Genu, R$ 4,1 milhões do valerioduto.
O processo foi o mais longo dos mensaleiros: foi votado no Conselho quase oito meses após ter sido instalado, em 17 de outubro de 2005. O julgamento deverá ocorrer em plenário antes do recesso do Legislativo, que começa no dia 17 de julho.
Apesar de não ter contado com o depoimento de Janene, que alegou não poder se submeter a situações de estresse por sofrer de cardiopatia grave, o relator Jairo Carneiro se valeu de provas e depoimentos reunidos pela CPI dos Correios e da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República no inquérito sobre o suposto esquema de mensalão.
De acordo com Jairo Carneiro, a "conduta indecorosa" de Janene está em "perceber vantagens indevidas, a qualquer título, em proveito próprio ou de outrem, no exercício da atividade parlamentar".
Em sua defesa, apresentada no início do processo, Janene admitiu ter recebido parte do dinheiro, que teria sido destinada ao pagamento do advogado do ex-deputado Ronivon Santiago. Em depoimento no Conselho de Ética em novembro passado, Genu admitiu ter recebido R$ 700 mil sacados das contas de Marcos Valério.
Janene é o último parlamentar denunciado pela CPI dos Correios a ser julgado. Da lista de 19 deputados suspeitos de terem se beneficiado dos repasses ilegais do valerioduto, foram cassados os mandatos de apenas três acusados: Roberto Jefferson (PTB-RJ), José Dirceu (PT-SP) e Pedro Corrêa (PP-PE).
O plenário absolveu onze deputados: Sandro Mabel (PL-GO), Pedro Henry (PP-MT), Romeu Queiroz (PTB-MG), Roberto Brant (PFL-MG), Professor Luizinho (PT-SP), João Magno (PT-MG), João Paulo Cunha (PT-SP), Wanderval Santos (PL-SP), José Mentor (PT-SP), Josias Gomes (PT-BA) e Vadão Gomes (PP-SP).
Segundo informações da reportagem do Jornal de Londrina, jornal ligado à RPC (Rede Paranaense de Comunicação), o advogado Adolfo Góes e o assessor de comunicação de Janene não tiveram contato com o deputado após a decisão da Câmara, mas adiantaram que Janene não vai falar com a imprensa sobre o caso.
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