O deputado Jairo Carneiro (PFL-BA), relator no Conselho de Ética do processo contra o deputado José Janene (PP-PR), pediu a cassação do mandato de Janene, acusado de ter supostamente recebido R$ 4,1 milhões do esquema do "mensalão". Como houve pedido de vista pelo deputado Ildeu Araujo (PP-SP), o presidente do conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), marcou a votação do relatório para a próxima terça-feira, a partir das 10h. Segundo Izar, a escolha desse dia partiu dos próprios deputados.
- Consultei todos os integrantes do conselho e eles me garantiram que estariam aqui para a votação - afirmou Izar, ao ser questionado se haverá quorum no dia da estréia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
Mesmo não contando com o depoimento do deputado Janene, que alegou não poder se submeter a situações de estresse por sofrer de cardiopatia grave, o relator Jairo Carneiro se valeu dos depoimentos e provas reunidos pela CPI dos Correios e da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República no inquérito sobre o "mensalão".
Em sua defesa, Janene admitiu que seu assessor Genu teria recebido apenas R$ 700 mil, em três parcelas, e que esse dinheiro seria destinado ao pagamento do advogado Paulo Goyaz, que atuava na defesa das ações promovidas contra o ex-deputado Ronivon Santiago perante o Supremo Tribunal Federal.
O advogado José Rollemberg fez a defesa de José Janene afirmando que as provas apresentadas por Jairo Carneiro eram "emprestadas", que o contraditório não havia sido apresentado e que seu cliente não teve amplo direito de defesa. Rollemberg informou ainda que Janene entrou com um novo mandado de segurança no STF, em 28 de abril passado, pedindo o fim do processo no Conselho de Ética.
O deputado alegou, no mandado de segurança, que seu pedido de aposentadoria por invalidez, encaminhado à Câmara em 16 de setembro do ano passado, é anterior à instauração do processo no Conselho de Ética, que teve início em 17 de outubro do ano passado, e que, portanto, o processo não teria razão de ser, pois nessa data, em teoria, Janene já não seria mais deputado.
- Essa é a tese jurídica que será julgada no STF e que acreditamos que será vencedora - observou o advogado Rollemberg.
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Após críticas, Randolfe retira projeto para barrar avanço da direita no Senado em 2026
Lula não passa presidência para Alckmin e ministros assumem tratativas no Congresso; assista ao Entrelinhas
São Paulo aprova isenção de IPVA para carros híbridos; elétricos ficam de fora
Deixe sua opinião