O Conselho de Ética da Câmara aprovou nesta quinta-feira o relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) que recomenda a cassação do mandato do deputado José Dirceu (PT-SP) por quebra de decoro parlamentar. Foram 13 votos a favor do texto e um contra, da deputada Angela Guadagnin (PT-SP). Agora o pedido de cassação segue para o plenário da Câmara, onde deve ser votado no dia 9 de novembro.
Votaram contra Dirceu os seguintes deputados: Chico Alencar (PSOL-RJ), Orlando Fantazzini (PSOL-SP), Nelson Trad (PMDB-MS), Jairo Carneiro (PFL-BA), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Robson Tuma (PFL-SP), Edmar Moreira (PFL-MG), Cezar Schirmer (PMDB-RS), Pedro Canedo (PP-GO), Mendes Thame (PSDB-SP), Benedito de Lira (PP-AL) e Josias Quintal (PMDB-RJ) e o relator, Júlio Delgado (PSB-MG). O presidente do Conselho, Ricardo Izar (PTB-SP), não precisou votar. O advogado de Dirceu, José Oliveira Lima, anunciou que vai recorrer e pedir anulação da votação no Conselho de Ética.
Em seu voto separado, a deputada Angela Guadagnin pediu vista do relatório e acusou o relator de ser parcial. Ela afirmou estar havendo um "processo de desconstrução de lideranças no Brasil". Alguns deputados chegaram a demonstrar impaciência com a deputada, que fez novo pedido de vista, e não queriam que ela concluísse a leitura do voto, de dez páginas.
Izar negou o pedido de vista alegando que o relatório era o mesmo e que a deputada já tinha tido um pedido atendido e por isso não tinha direito a outro. Segundo Izar, o relatório de Delgado foi apenas recomposto, com retirada de partes determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), não havendo motivo para protelação. Para evitar questionamentos jurídicos, o Conselho votou e referendou a decisão do presidente.
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