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Renan acusa mídia de tentar derrubá-lo e se compara a Lula

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou nesta quarta-feira setores da mídia de quererem derrubá-lo. Ele disse que esta postura é resultado da frustração dos meios de comunicação que não teriam conseguido derrubar o presidente Luiz Inácio Lula Silva.

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O presidente do Conselho de Ética do Senado deve nomear, nesta quarta-feira, uma comissão de três senadores para a relatoria do processo contra o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os nomes para integrar a comissão devem ser indicados até as 16h pelos líderes do bloco da maioria, por PMDB, DEM e PSDB. Leomar Quintanilha (PMDB-TO) também deve pedir à Polícia Federal a conclusão da perícia em documentos apresentados por Renan.

Na terça-feira, Renan sofreu sua primeira derrota na Mesa Diretora do Senado, que devolveu seu processo ao Conselho de Ética. O colegiado continuará a investigação de onde parou .

Os apelos para que o presidente do Senado - acusado de ter contas pessoais pagas por um lobista - renuncie à presidência da Casa se intensificaram na tarde desta terça-feira. O PSDB resolveu propor a licença de Renan do cargo de presidente do Senado até que o processo contra ele por quebra de decoro chegue ao fim.

Em clima de total constrangimento, Renan ouviu, sentado na cadeira de presidente do Senado, repetidos apelos de colegas que pedem seu afastamento do cargo enquanto durar seu processo de cassação. Arthur Virgílio (PSDB-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Agripino Maia (DEM-RN), foram alguns dos senadores que se revezaram na tribuna para pedir o afastamento de Renan.

Da tribuna do Senado e olhando para Renan, o líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio, pediu abertamente o seu afastamento do cargo da presidência.

- O PSDB não se deixou pautar por ninguém, mas vem sugerir que vossa excelência se afaste até a conclusão do caso. Não é com agrado ou prazer que sugere esse caminho, mas seu julgamento exige dois pressupostos: amplo direito de defesa e amplíssimo de investigação - pediu Virgílio.

Um dos poucos a sair em defesa de Renan foi o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO):

- Quem não tem processo transitado em julgado não pode ser considerado condenado - disse, em referência também a Leomar Quintanilha, que responde a inquérito no STF.

Após ouvir os colegas defenderem sua saída da presidência do Senado, Renan se pronunciou:

- Sucumbir à sedução do pseudo-clamor é atitude incompatível com a coragem e honradez que deve pauta a conduta dos homens públicos, principalmente quando investidos na presidência do Senado Federal -afirmou.

E completou:

- Sobre o processo contra mim instaurado, já comprovei documentalmente a minha inocência. Não pratiquei qualquer ingerência indevida. Com serenidade e reflexão, entendo que devo permanecer na presidência do Senado, mesmo que com isso contrarie apetites políticos de ocasião. Minha fé no estado de direito me faz aceitar qualquer tipo de manifestação, mesmo quando guardo frontal divergência - defendeu-se Renan.

Jarbas Vasconcelos garante que Renan vai renunciar à presidência

Tasso Jereissati disse que nenhum processo no Senado terá credibilidade enquanto Renan estiver à frente da presidência. Segundo ele, a permanência do peemedebista no cargo não depende se sua disposição de ficar ou não:

- Independentemente da disposição ou não de sair, Renan tem obrigação de sair. Fomos atingidos no coração da instituição e temos que defendê-la. Mais sérias que a questão do gado, são as manobras que estão colocando a imagem do Senado em xeque - disse Tasso.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), em entrevista à Rádio do Moreno, diz ter certeza que Renan irá renunciar ao cargo por falta de condições políticas:

O PDT também defende o afastamento de Renan da presidência do Senado, até o fim do processo contra ele. A nota do partido foi lida em plenário pelo senador Jefferson Péres (PDT-AM) na tarde desta terça. Para os parlamentares do partido, sem essa medida "a investigação cairá no descrédito, com grave dano à imagem do Senado e do próprio Congresso Nacional".

O líder do PPS na Câmara, deputado Fernando Coruja (SC), afirmou nesta terça-feira que a bancada do partido na Câmara não aceita participar de sessão do Congresso presidida por Renan. Câmara e Senado devem realizar sessão conjunta até o final da próxima semana para votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

- Se ele presidir a sessão entraremos em obstrução. Até porque é uma questão de coerência. Já que pedimos o afastamento, não temos como concordar que ele presida uma sessão do Congresso - justifica Coruja.

No entendimento do deputado e da Executiva Nacional do PPS, o presidente do Senado precisa abrir mão do comando do Congresso Nacional até que se concluam as investigações que pesam contra ele e que estão sendo analisadas pelo Conselho de Ética.

- O PPS pede que Renan se afaste e deixe que o Senado investigue com mais liberdade para tomar um posicionamento. O povo, no meu entendimento, quer isso e é preciso respeitar a vontade popular - justificou.

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