Parlamentar diz que não teme ser punido por colegas
O vereador Julião Sobota (PSC) disse que não teme ser punido por quebra de decoro parlamentar. "Estou com a consciência tranquila. Acho que o conselho deve mesmo se reunir e avaliar a situação que, queira ou não, envolveu o nome da Casa", disse o vereador, que é presidente da torcida organizada Os Fanáticos, do Atlético Paranaense. "Mas sei que [os vereadores] vão me entender, pois a minha luta é para que esses criminosos [supostos integrantes de gangues que estariam infiltrados na torcida Ultras, rival da Fanáticos] parem de trazer prejuízos para a o esporte e para a cidade."
Pela segunda vez em menos de uma semana, o Conselho de Ética da Câmara Municipal de Curitiba deverá se reunir para ouvir esclarecimentos de um vereador com problemas com a Justiça. O caso agora envolve o vereador Julião Sobota (PSC), que na madrugada do último sábado assinou termo circunstanciado por lesão corporal no Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul), acusado de participar de uma briga entre as duas facções organizadas da torcida do Atlético Paranaense.
A exemplo do que aconteceu com o vereador Denílson Pires (DEM), preso no mês passado por suspeita de fraudes no Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sindimoc) e ouvido pelos colegas na quinta-feira da semana passada, Sobota vai requerer pessoalmente a audiência com o Conselho de Ética. "Quero prestar esclarecimentos sobre o ocorrido, pois o nome da Câmara Municipal foi envolvido", diz ele. De acordo com o regimento interno da Câmara Municipal, as punições a vereadores por quebra de decoro parlamentar vão desde a advertência até a perda de mandato.
A confusão ocorreu na noite da sexta-feira, quando integrantes de uma outra torcida organizada do atlético, os Ultras, comemoravam o aniversário da facção em uma lanchonete anexa à Arena da Baixada. Pouco antes da meia-noite, houve confronto com integrantes da Fanáticos, torcida organizada da qual Sobota é presidente e cuja sede fica há poucos metros do local onde aconteceu o tumulto.
Ontem pela manhã, Sobota subiu ao plenário da Câmara e tentou explicar o ocorrido aos colegas vereadores. Ele contou que, como presidente da Fanáticos, assinou em janeiro deste ano, a pedido do Ministério Público (MP), um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que trazia uma série de exigências às torcidas organizadas. Entre as determinações do MP está a extinção dos "comandos" (facções internas das organizadas), que segundo Sobota são "gangues de bairro que se vangloriam de suas ações criminosas".
Um desses comandos não concordou com a extinção e, de acordo com Sobota, aderiu aos Ultras como forma de represália. A partir de então, a tensão entre as organizadas cresceu e vários eventos violentos tem ocorrido.
"Eu tenho batalhando para eliminar as gangues de bairros das torcidas há 20 anos. O que tiver de ser feito eu vou fazer, seja no diálogo ou em qualquer outro meio que eles entendam", disse.
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