O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou nesta segunda-feira (23) que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e os organismos internacionais como Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI) falharam em suas missões.
Ahmadinejad visitou o Congresso Nacional nesta noite. Na entrada e na saída do presidente iraniano dois deputados seguraram uma faixa na qual estava escrito "Holocausto nunca mais", em referência a pronunciamentos de Ahmadinejad negando o massacre de judeus durante a segunda guerra mundial.
Após ouvir palavras pedindo paz dos presidentes do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), Ahmadinejad fez duros ataques ao Conselho de Segurança da ONU.
"As ordens criadas desde a segunda guerra mundial falharam. O Conselho de Segurança da ONU não consegue desempenhar seu papel. Ele não conseguiu trazer segurança para o mundo. As condições atuais são piores do que anos atrás", disse o presidente iraniano.
Para Ahmadinejad, o poder de veto de alguns países é o principal problema do órgão. "Podemos dizer que a estrutura principal do Conselho de Segurança da ONU é contra a paz porque é baseada na discriminação. Porque alguns países têm direitos de veto? Basta olhar para os conflitos no mundo nesses 60 anos e teremos a intervenção destes países, que nunca foram julgados. Foram mortas milhares de pessoas e os autores destes males no mundo têm direito de veto e imunidade. Essa configuração é injusta". Ele defendeu que o Brasil passe a integrar o órgão e que o poder de veto acabe.
Ele destacou que a questão palestina está sem solução há 60 anos e novamente destacou que o Conselho de Segurança não conseguiu atuar para resolvê-la. Ahmadinejad enfatizou que a criação do estado de Israel no Oriente Médio foi um instrumento que tem provocado a instabilidade na região.
"Temos de pensar de onde começou o caso palestino. Foi na segunda guerra mundial. A segunda guerra ocorreu na Europa e o povo palestino não tinha nenhum papel e não estamos contente com as formas como as coisas aconteceram. (...) Compreendemos, porém, que povo palestino não teve nenhum papel na segunda guerra com a morte de 60 milhões. Se temos que condenar e julgar alguns temos que condenar aqueles que começaram esta guerra e não pessoas que não tem nada a ver", disse o presidente iraniano.
Ahmadinejad questionou qual seria a reação do povo brasileiro se tivesse que pagar pelos crimes da Segunda Guerra Mundial. "Acho que nenhum brasileiro deveria aceitar que para a compensação dos crimes na Europa o Brasil sofresse com isso. O Brasil não foi culpado da segunda guerra mundial. O mesmo acontece na Palestina e tem que se respeitar o direito dessas pessoas".
Capitalismo
Os ataques do presidente iraniano atingiam também os organismos financeiros internacionais. Para ele, a crise econômica mostrou a falência do sistema capitalista. "A ordem do capitalismo no mundo está chegando a seu fim. Uma ordem que cria tanto frutos só deu aproveitamento para poucas pessoas e não para toda a humanidade".
Para Ahmadinejad, o Banco Mundial e o FMI fracassaram por não terem apresentado respostas para a crise econômica. "Outros países que tiveram impacto nesta crise mundial causada pelo capitalismo e que estão sofrendo não tem papel na produção dela. Eles fazem erros e nós temos que pagar. Isso é injusto e temos que trocar".
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