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O Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), formado por membros da sociedade civil e do governo, deverá formular, até março do próximo ano, uma minuta com diagnósticos e sugestões sobre como enfrentar os efeitos das mudanças climáticas nas populações mais vulneráveis.

O documento será entregue ao governo da presidenta eleita, Dilma Rousseff, e terá como base as discussões do seminário Mudanças Climáticas: Adaptações e Vulnerabilidades, que encerrou ontem (12) na sede do conselho, em Brasília.

Segundo a coordenadora do grupo de trabalho Mudança Climática, Pobreza e Desigualdade, do Consea, Gleyse Peiter, o objetivo dessas discussões é criar uma ação paralela ao debate global sobre a alteração do clima, que vise o atendimento direto à população que já está sofrendo os efeitos.

"A gente está falando que quem precisa se adaptar são as populações vulneráveis. Então, se adaptar é mudar a condição delas para que elas não sofram esses efeitos. Não estamos falando de se acostumar e, sim, de mudar visando à nova condição climática", explica a coordenadora.

Segundo ela, a minuta que será entregue à Casa Civil do próximo governo trará diagnósticos, diretrizes e objetivos, com sugestões concretas de como atender a população. Ao todo, nove setores foram discutidos no seminário e serão abordados no documento: desenvolvimentos agrário, social e urbano, segurança alimentar e hídrica, trabalho, educação, saúde e prevenção de desastres.

"No caso das enchentes, por exemplo, a gente já sabe que virão doenças em seguida, como leptospirose. Então, se preparar para elas é estar adaptado. Assim como promover uma boa educação ambiental", esclarece Gleyse.

Além da adaptação, a minuta tratará também de ações de prevenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. As políticas públicas sugeridas pelo Consea devem fazer parte, no futuro, de um Plano Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas, que tratará do assunto de forma mais profunda e ampla.

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