Documentos apreendidos pela Polícia Federal no escritório do contador Marco Aurélio Prata, em Belo Horizonte, e recebidos nesta quinta-feira pela CPI dos Correios mostram que a contabilidade da SMP&B dos anos de 2004 e 2005 não registram empréstimos ao PT, o que ajuda a derrubar a versão do empresário Marcos Valério de que os R$ 55,9 milhões repassados a políticos aliados do governo teriam vindo de operações de crédito nos bancos BMG e Rural e foram apenas emprestados ao PT.
Segundo o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), sub-relator responsável pela análise das movimentações financeiras do empresário, se o dinheiro repassado estivesse sendo realmente emprestado, deveria haver um registro de um crédito para o PT na lista de ativos da empresa e a inclusão das operações de empréstimo com os bancos entre os passivos. Na contabilidade da SMP&B, há apenas o registro entre os passivos da agência de R$ 3,5 milhões na conta de "empréstimos e financiamentos".
De acordo com o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), Valério fez uma retificação de sua contabilidade na Receita Federal, em junho, depois que já havia surgido o escândalo. Para Fruet, fica a cada dia mais claro que os empréstimos para o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares não existiram. A Polícia Federal apreendeu ainda 20 computadores que foram usados pela gerente financeira da agência de publicidade, Simone Vasconcelos, e pela sua auxiliar Geiza Dias. O equipamento ainda será periciado.
- Por que ele só retificou agora? Não constavam os empréstimos em 2003, 2004 e 2005. Ou ele omitiu informações ou cometeu crime de falsidade ideológica. E há uma segunda situação, aceitando-se a retificação como verdadeira, por que ele não tem contrato de empréstimo com o PT? Mais: ele tem autorização do Banco Central para tomar dinheiro emprestado e emprestar para terceiros? - argumentou Fruet.
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