Com faturamento de pelo menos de R$ 340 milhões no exterior e lucro de R$ 170 milhões no Brasil entre 2010 e 2014, o marqueteiro João Santana e a mulher Mônica Moura, detidos na terça-feira (23) na Operação Lava Jato, tinham uma “contabilidade simples e rudimentar”, segundo o advogado tributarista do casal Igor Nascimento de Souza.

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“Eles não são corruptores, corruptos, intermediadores de dinheiro, não prestam serviços para órgãos públicos. Estamos diante de um simples caso de sonegação fiscal”, disse o advogado, que afirma que toda origem do patrimônio é lícita.

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Ele afirmou, que todas as empresas de Santana no exterior, a Pólis América (El Salvador), Pólis Argentina (Argentina), Pólis Tepeque (Panamá) e Pólis Caribe (República Dominicana), eram de conhecimento do Banco Central, com exceção da offshore panamenha Shellbill, que recebeu recursos atribuídos a empreiteira Odebrecht.

Segundo o advogado, o próprio escritório responsável pela contabilidade da Pólis e do casal só tomou conhecimento da existência da Shellbill e de sua conta na Suíça depois que da deflagração de uma fase da Lava Jato, em 2015, que teve Zwi Skornicki, representante de uma fornecedora da Petrobras, como alvo. Skornicki é apontado pela polícia como um repassador de propinas em contratos com a Petrobras.

“Eles conscientemente sonegaram uma informação nossa e do fisco.”

O advogado informou também que há mais uma empresa não declarada Mônica Moura que tem 100% dos recursos da Shellbill. “Era poupança para os filhos da Mônica e do João. Não sabemos dizer quanto de dinheiro tem”, afirmou.

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Ainda de acordo com o tributarista, João Santana foi aconselhado a abrir a offshore Shellbill em 1998, quando era funcionário do também publicitário Duda Mendonça e prestou serviços na Argentina.

Segundo o advogado, o dinheiro da Shellbill vem de contribuições de empresas doadoras de campanhas, como a Odebrecht.

“No Brasil isso é irregular, mas isso não foi feito no Brasil. Foi feito em Angola, Panamá. No Brasil isso seria ilegal. Aqui no Brasil a empresa pode doar para comitê da campanha que paga para o marqueteiro”, afirmou.