Fracassaram nesta terça-feira as negociações para protelar o depoimento do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, à CPI dos Bingos e sua convocação será votada nesta quarta-feira. Palocci ligou para o presidente da comissão, senador Efraim Morais (PFL-PB), e tentou adiar sua ida ao Senado para 2006, sob o argumento de que seu depoimento pode prejudicar a economia. Não houve acordo.
- Não é bom para a economia, não é bom para o país, mas não podemos obrigar as pessoas a aceitar nossa tese. Fizemos tudo o que foi possível. Vamos para o voto - disse o senador Tião Viana (PT-AC).
O Palácio do Planalto trabalhou para evitar a convocação do ministro. O PT ganhou a adesão de parte do PSDB. Tucanos como o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), querem evitar que o partido seja responsabilizado por distúrbios na economia. Mas também não querem dar a impressão de que há um acordo em curso. Prometeram trabalhar contra nos bastidores, mas devem ao lado do PFL se houver votação.
- A situação do ministro é muito difícil, e se vier à CPI pode ficar pior. Mas se setores da oposição mantiverem sua posição, o PSDB não vai cindir. Vamos votar juntos - disse Virgílio.
Um acordo feito há 15 dias transformara a convocação de Palocci em convite. Desde então, ele não retornou as ligações da CPI e recebeu um ultimato público de Morais.
Em Ribeirão Preto, o delegado Benedito Antônio Valencise, e o promotor Aroldo Costa Filho percorreram o Bosque Municipal da cidade para verificar se a prefeitura, na gestão de Palocci, pagava até dez vezes mais do que o valor real pelo serviço de varrição de ruas à empreiteira Leão Ambiental. Segundo Valencise, eram varridos 4,5 quilômetros duas vezes ao dia, num total de nove quilômetros. Porém, eram cobrados 46 quilômetros. Segundo o delegado, o preço cobrado era 70% superior ao valor real.
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