A CPI das Armas acredita ter provas de que os advogados Maria Cristina Rachado e Sergio Wesley da Cunha façam parte da facção criminosa que ordenou os ataques a bases policiais, ônibus e bancos de São Paulo. Maria Cristina, por exemplo, teria visitado Marcos Camacho, o Marcola, líder da facção, quatro vezes este ano. A identidade dela na OAB está nos registros dos presídios. A advogada esteve uma vez no presídio de Presidente Bernardes e três, em Avaré. Também visitou outros seis chefes da facção criminosa, o que, para a CPI, prova que ela é integrante da quadrilha.

CARREGANDO :)

- Os dois advogados fazem parte da facção criminosa e, no caso específico da advogada, ela deve servir como pombo correio na medida em que ela os visita e vai de um para outro - aponta o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), vice-relator da CPI das Armas.

Já está nas mãos da CPI uma parte do livro caixa da facção criminosa. Ali,em janeiro de 2005, o registro de um pagamento de R$ 10 mil para visita de advogado. A CPI suspeita que o dinheiro tenha sido pago a Maria Cristina. A contabilidade da facção detalha ainda o pagamento de armas, drogas, velórios de comparsas e crimes por encomenda. A arrecadação está dividida em várias regiões de São Paulo e chegava a mais de R$ 400 mil por mês no ano passado.

Publicidade

Nesta terça-feira, na acareação, Maria Cristina e Cunha trocaram acusações. Mas a CPI está certa de que eles são parceiros. Um pedido de indiciamento de Cunha, por estelionato, ficou parado mais de um ano, numa delegacia onde o chefe era José Rachado, marido de Maria Cristina.

- O juiz de lá mandou indiciar, já denunciou e a polícia de São Paulo ainda não fez o indiciamento do senhor Sérgio Wesley Cunha - afirmou o deputado Arnaldo Paria de Sá (PTB-SP).

A advogada Maria Cristina Rachado negou as acusações da CPI. O advogado Sérgio Wesley da Cunha não foi encontrado. A CPI vai fazer nesta quinta-feira uma nova acareação entre os dois e o ex-funcionário da Câmara, Arthur Vinicius Pislatre - que confessou ter vendido gravações de um depoimento sigiloso da CPI, por R$ 200, aos dois advogados.