O envio de dinheiro ao exterior pelo empresário Marcos Valério está sendo investigado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que apura denúncias de corrupção nos Correios. Valério repassou empréstimos ao Partido dos Trabalhadores e é apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como responsável pelo pagamento de mesadas a parlamentares.

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De acordo com um dos sub-relatores da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), é preciso responder porque quando ao quebrar o sigilo bancário da SMP&B, de Marcos Valério, aparece uma série de depósitos para empresas que têm conta no exterior.

"Temos que responder primeiro para onde foi o dinheiro da SMP&B e porque foram utilizadas off-shores (contas no exterior)", disse Fruet. Ele contou que já foram requisitadas informações, por meio do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, a Bahamas, Panamá, Uruguai e Ilhas Caiman.

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Os parlamentares da CPI querem verificar ainda se existe conexão com o dinheiro que saiu da SMP&B para o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha eleitoral do PT. À CPI dos Correios, Duda declarou que abriu, a pedido de Marcos Valério, uma conta no exterior, por onde recebeu cerca de R$ 10 milhões.

O deputado Gustavo Fruet estranhou o número de intermediários para repassar o dinheiro à conta. Segundo o parlamentar, antes de chegar ao destino em uma conta nas Bahamas, o dinheiro passou por oito bancos. "Não teria sentido tanta movimentação para US$ 3,4 milhões. Ou seja, é muito intermediário. É pagamento de muita comissão, para trabalhar um valor de R$ 10 milhões. É claro que há um indício evidente que circulou muito mais dinheiro por essas contas do que os R$ 10 milhões que foram para o Duda Mendonça", avaliou Fruet.

O Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Justiça, está colaborando com a CPI dos Correios no rastreamento de recursos enviados ao exterior.