A CPI do Senado aprovou nesta terça-feira (27) a convocação do ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso no dia 17 de março na operação Lava Jato, da Polícia Federal, por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef.
Costa foi solto na semana passada após decisão do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com as investigações, Costa é acusado de participar de esquema de doleiros que movimentou, de forma suspeita, R$ 10 bilhões. Ele foi um dos 13 presos na Lava Jato. Para a Polícia Federal, no esquema pode ter havido o desvio de R$ 400 milhões.
O requerimento de convocação de Costa foi apresentado pelo líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), e foi aprovado por unanimidade. Apenas senadores governistas têm participado da CPI.
A oposição boicota a CPI exclusiva do Senado por considerá-la "chapa branca" e tenta criar outra, com a participação de deputados e senadores, para também investigar os negócios da Petrobras. Nela, acredita a oposição, haverá mais liberdade para investigar.
Boa oportunidade
Para a defesa do ex-diretor Paulo Roberto Costa, a participação na CPI da Petrobras, no Senado, "será uma boa oportunidade para esclarecer as questões que têm sido colocadas de forma deturpada". A avaliação é do advogado Nélio Machado. Segundo ele a orientação é para que o cliente "fale sobre tudo".
"Abreu e Lima, Pasadena e também a relação com esse 'personagem' (Alberto Youssef) que citam na denúncia. Depois do que Paulo Roberto passou, acredito que até fará bem para ele falar. Ele está muito consistente, não há qualquer ponto que suscite insegurança", afirma o advogado. "As decisões eram colegiadas e isso será dito", acrescentou.
Nélio Machado ainda negou as acusações formuladas pela Polícia Federal sobre as relações entre o ex-diretor da Petrobras e Alberto Youssef. Segundo ele, não há "qualquer relação espúria entre os dois". "Estão fazendo de um episódio secundário algo extraordinário, midiático. A denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal é precipitada, sem conteúdo e repleta de ilações sem fundamento. É uma peça de ficção", classificou.
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