CPMI da Petrobras adia votação do relatório para 18 de dezembro
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras marcou para 18 de dezembro a votação do relatório final do deputado Marco Maia (PT-RS). Na prática, a data representa prorrogação de um mês no prazo da CPMI, mas isso ainda precisa ser lido e aprovado no plenário do Congresso Nacional.
Na reunião desta quarta-feira (5), os membros da comissão decidiram também que, a partir do dia 17 deste mês, vão se reunir duas vezes por semana para agilizar a conclusão dos trabalhos.
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A CPI mista da Petrobras aprovou nesta quarta-feira (5) nove requerimentos de convocação para depoimentos que serão realizados nas próximas semanas. Os deputados fizeram um acordo para deixar políticos de fora das convocações. Entre os nomes, não estão presentes membros do PT e PSDB que constavam nas listas de requerimentos, como a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Também não foram votadas as quebras de sigilo de empreiteiras citadas na operação Lava Jato da Polícia Federal.
Nessa quarta, veio a público parte do depoimento do doleiro Alberto Youssef, que teria afirmado em sua delação premiada que deu R$ 1 milhão a um empresário, dono de um shopping center em Curitiba, valor que foi entregue à campanha de 2010 da ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR). Alvo central da Operação Lava Jato, o doleiro disse que o valor foi entregue ao empresário em quatro parcelas: três no centro de compras e outra na casa dele, em um condomínio de alto padrão da capital paranaense. A senadora nega as acusações.
O PT conseguiu barrar convocações consideradas incômodas, como a da senadora paranaense Gleisi Hoffmann, a do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Por outro lado, o PSDB agiu para evitar a ida à CPI do empresário Leonardo Meirelles, apontado como laranja de Youssef. Meirelles disse à Justiça Federal que parlamentares tucanos também receberam propina do esquema.
Relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), explicou que o plano de deixar de fora alguns dos personagens foi acertado numa reunião preliminar, antes da sessão desta quarta-feira (5). "Gente, foi um acordo político, feito por todos os presentes, que se resolveu, em função da falta de densidade das denúncias, não produzir nenhum tipo de oitiva neste momento."
O início da sessão de dessa quarta atrasou duas horas. Na sala anexa ao plenário da comissão, líderes de partidos passaram cerca de uma hora e meia tentando traçar um acordo sobre quem deveria ser convocado. Os aprovados são: Rafael Angulo Lopez, responsável pela operação financeira do doleiro Alberto Youssef; Saul Sabbá, representante legal do Banco Máxima; Waldomiro Oliveira, dono de três empresas usadas por Youssef; Meire Poza, ex-contadora do doleiro; João Procópio Junqueira Prado, sócio da GFD Investimentos; Marcio Andrade Bonilho, sócio da empresa Sanko-Sider; e Marcelo Barboza Daniel, suspeito de ter feito repasses ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Também foram aprovados na sessão requerimentos com pedidos de informações a empresas, sem a votação de nenhuma quebra de sigilo telefônico, fiscal ou bancário. Segundo o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), não haveria tempo de analisar relatórios desse tipo, já que o fim da CPI está previsto para 18 de dezembro. "As propostas feitas pela oposição são muito extensas e não há um prazo hábil para você receber as informações e poder trabalhá-las", disse. O acordo feito pelos parlamentares prevê que só haja quebra de sigilo se as empresas se recusarem a ceder informações. O líder do PPS na Câmara protestou. "Nós apresentamos os requerimentos de quebra de sigilo das empreiteiras e, lamentavelmente, nós não vimos isso ser premiado em nenhum momento", afirmou.