Um acordo em construção entre governo e oposição pode deixar para julho a instalação da CPI da Petrobras. A intenção é resolver até esta data o impasse na CPI das ONGs, onde a oposição tomou do governo a relatoria dos trabalhos.
Autor do requerimento de criação da CPI, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) já admite deixar a CPI para o próximo mês. "Não importa tanto quando começa. Teremos 180 dias e quanto mais adiar pior para o governo porque pode entrar no período eleitoral do ano que vem", disse o tucano nesta quarta-feira (17).
Segundo Dias, um dos motivos para o adiamento é a ausência de Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da CPI das ONGs, que se recupera de uma cirurgia em São Paulo. Na semana que vem, no entanto, as festas juninas pelo Nordeste devem esvaziar o Congresso. Por isso, a instalação em julho já aparece no discurso da oposição.
"Não deu para concluir o entendimento nesta semana porque o Heráclito tem de participar. Na semana que vem seria temerário por causa do quorum baixo, então deve ficar para o dia 30 de junho ou 1° de julho", afirmou Dias.
O líder do PT, Aloízio Mercadante (SP), evita falar em data. Ele destaca que a pré-condição para a instalação é a resolução do problema na CPI das ONGs. Os governistas desejam que Heráclito devolva a relatoria da investigação a Inácio Arruda (PC do B-CE) ou outro senador da base aliada. Atualmente, o relator é Arthur Virgílio (PSDB-AM). "Só vamos fechar quando o Heráclito voltar e for restabelecido o acordo na CPI das ONGs".
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