O presidente da empresa Dataprom, que presta serviço de bilhetagem eletrônica para o transporte coletivo de Curitiba e região, Alberto Abujamra, contesta as informações levantadas nas últimas reuniões da CPI da Urbs, em que vereadores disseram que a empresa cobra quase três vezes mais pelo serviço do que a média do mercado. Os parlamentares também defendem uma licitação para o serviço.

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Abujamra afirma que a Dataprom, na verdade, cobra o dobro do preço que era praticado pelo última empresa contratada e age assim porque "faz bem serviço", que consiste na manutenção dos softwares da bilhetagem do sistema. Ele afirma também que a Prefeitura poderia lançar uma licitação para contratar outra empresa para fazer o serviço, mas que dificilmente haveria concorrentes.

A Dataprom foi contratada como terceirizada pelo Instituto Curitiba de Informática (ICI) para desenvolver o sistema de bilhetagem, sem passar por licitação. O contrato vale por um período de 48 meses, que vencem no início de setembro, segundo Abujamra. Depois, ela deve continuar prestando serviço de manutenção do sistema. Outra empresa, a Enterhelp, fazia a manutenção e foi retirada por decisão dos empresários do transporte coletivo por "não fazer o trabalho direito", de acordo com o presidente da Dataprom.

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Membros da CPI afirmam que vão pedir licitação para escolher a empresa que vai continuar a manutenção. Abujamra acredita, porém, que provavelmente nenhuma outra empresa consiga prestar o serviço, pois a tecnologia foi desenvolvida pela Dataprom e é muito específica. "Se tivesse licitação, eu tenho certeza que não teria concorrência, mas eles podem ficar a vontade para fazer", afirma.

Valores

Abujamra refuta a informação levantada pelos vereadores de que há uma diferença de R$ 500 mil mensais na prestação de serviço da Dataprom e da Enterhelp. "Cobramos R$ 500 mil por mês, e eles cobravam cerca de R$ 250 mil. Então a diferença é de R$ 250 mil".

Quando questionado sobre o motivo de se cobrar o dobro pelo mesmo serviço, o presidente diz que é pela qualidade do serviço. "Cobramos porque fazemos o serviço, e eles não faziam. A outra empresa não tinha gente qualificada e não fazia manutenção como tinha que ser".

Os relatórios da empresa serão levados para análise da CPI, segundo o presidente. "Estou só esperando a convocação para mostrar todos os relatórios que existem nos softwares. São centenas. O software mostra tudo. Tudo o que você imaginar ele detecta".

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A Enterhelp foi procurada para se manifestar sobre o assunto, mas não foi encontrada nesta sexta-feira.

CPI

O contrato e o serviço da Dataprom serão investigados pela CPI da Urbs, afirmou o relator da comissão, Bruno Pessuti (PSC), nesta sexta-feira (26). "A CPI é unânime em afirmar que não deve ser renovado [o contrato com a Dataprom]. O custo é muito alto e não tem transparência suficiente", afirma o vereador. Ele reitera que a proximidade do fim do contrato não vai interferir no trabalho de investigação.