A análise que a CPI dos Sanguessugas faz do depoimento prestado pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin à Justiça deverá estar concluída até a próxima quarta-feira. A previsão foi feita em entrevista à imprensa nesta sexta-feira pelo sub-relator de Sistematização e Controle do colegiado, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Em depoimento prestado ao longo de sete dias à 2ª Vara Federal, em Cuiabá, Trevisan, apontado como um dos principais organizadores do esquema da máfia das ambulâncias, teria denunciado o envolvimento de pelo menos 105 parlamentares no esquema fraudulento de aquisição dos veículos por prefeituras municipais. A CPI já notificou 57 parlamentares.
Durante a entrevista coletiva, o deputado Carlos Sampaio preferiu não comentar a suposta participação do deputado Marcondes Gadelha (PSB-PB) e da deputada Celcita Pinheiro (PFL-MT) no esquema, conforme matérias publicadas pela imprensa. Gadelha é um dos cinco membros titulares do PSB na CPI. Celcita é mulher do senador Jonas Pinheiro (PFL-MT), que é um dos 36 membros suplentes do colegiado.
- Não tenho conhecimento específico do envolvimento desses parlamentares. Se existe parlamentar que compõe a CPI sendo investigado, evidentemente que ele deveria se dar por impedido. A minha função como sub-relator de Sistematização é organizar todas as provas que foram produzidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Polícia Federal, sem julgar o mérito ou emitir juízo de valor. Minha função é organizar uma pasta eletrônica para cada mencionado e nela anexar cada prova correspondente ao parlamentar - explicou o sub-relator.
Sampaio também disse não achar correto tecer comentários, antes da conclusão dos trabalhos da CPI, a respeito da participação efetiva dos parlamentares citados no depoimento de Trevisan em práticas criminosas.
- Estamos no meio de uma investigação. Seria um equívoco temerário de minha parte ou de qualquer integrante da comissão fazer esses comentários. O papel da comissão é delinear a participação de qualquer parlamentar e encaminhar suas conclusões para que o Conselho de Ética tome as medidas cabíveis até a data das eleições e demonstrar se houve ou não o envolvimento do parlamentar. Caberá ao eleitor fazer seu processo de análise e deliberar, sabendo quem está envolvido ou não - concluiu Sampaio.
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