Atualizado em 18/07/2006 às 18h37
O presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), distribuiu, durante uma entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, a lista dos 57 parlamentares que foram notificados pela CPI por suposto envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Biscaia disse que o ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do caso, manteve o segredo de Justiça dos inquéritos, mas reconheceu que a comissão pode divulgar os nomes daqueles que estão sendo notificados pela CPI. Dos 57 parlamentares, 13 são da bancada do Rio.
O presidente da CPI enfatizou que a divulgação da lista não significa que os parlamentares são culpados. E, sim, investigados.
- Nem a procuradoria e nem nós temos certeza dos culpados, porque se o procurador tivesse certeza, ao invés de pedir abertura de inquérito, teria feito as denúncias - disse o petista.
Ele argumentou que a notificação oficial de parlamentares é uma forma de tornar pública a investigação.
- A simples divulgação não significa nenhuma violação de sigilo uma vez que o ministro Gilmar Mendes autorizou a CPI divulgar os investigados e não os autos. Não se pode impedir que a sociedade e os meios de comunicação tenham acesso aos nomes que estão sendo notificados - explicou.
Segundo Biscaia, não será preciso, pelo menos por enquanto, o depoimento à CPI do empresádio Luiz Antônio Vedoin, um dos acusados de chefiar a máfia, na próxima terça-feira. A CPI pretende continuar analisando o depoimento dele à Polícia Federal, que durou dez dias.
Logo após a divulgação da lista, o sub-relator da CPI, deputado Carlos Sampaio, afirmou em entrevista à Globonews que a relação dos acusados ainda pode aumentar e chamou os envolvidos de 'marginais travestidos de parlamentares' .
- A lista pode aumentar, ainda estamos ouvindo outras fontes. Mas o envolvimento destes parlamentares que foram citados ainda não foi caracterizado. Quando o Procurador-Geral solicita instauração de inquérito ainda não é acusação. É, na verdade, um pedido de elucidação dos fatos.
Na segunda-feira, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que a lista de parlamentares envolvidos no escândalo pode chegar a 100 nomes. Segundo o parlamentar, o empresário revelou em seu depoimento, que durou dez dias, os nomes de pelo menos 90 políticos com mandato e dez ex-parlamentares.
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