A primeira decisão da CPI do Mensalão, instalada nesta quarta-feira, foi a de trabalhar em conjunto com a CPI dos Correios, iniciada um mês atrás. O comando das duas CPIs devem ter nesta quinta-feira a primeira reunião, a pedido do presidente da nova comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO). Devido ao volume de provas já recolhidas pela CPI dos Correios, tudo indica que a nova CPI funcionará como uma espécie de subcomissão que se dedicará a comprovar o mensalão.

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Serão requisitadas cópias de todos os documentos e depoimentos já obtidos nas investigações sobre as denúncias de corrupção na CPI dos Correios, no Conselho de Ética e na Corregedoria da Câmara, no Ministério Público e na Polícia Federal.

Eleito presidente por 22 votos contra 14 dados ao deputado Raul Jungmann (PPS-PE), o senador Amir Lando anunciou que até 2 de agosto a CPI vai se dedicar à análise desse material. Ex-ministro da Previdência e relator, em 1992, da CPI do caso PC Farias, que culminou no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, o Amir Lando começou seu discurso com a mesma passagem bíblica que abriu aquele relatório, de autoria de São João Evangelista: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

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Lando foi escolhido depois que o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) não aceitou a indicação do PMDB, alegando que é vice-presidente da CPI dos Correios. O presidente prometeu ser um escravo da lei durante os trabalhos e admitiu que a tarefa de investigar companheiros no Congresso é extremamente dura:

- Temos de acabar com o denuncismo, que é um perigo para a democracia tanto quanto o autoritarismo. Vamos investigar mais que transformar a CPI em palanque. Vamos buscar os fatos, como fiz na CPI do PC. Contra fatos não há argumentos.