O advogado Ricardo Sayeg, que trabalha para o doleiro Antonio Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, disse que seu cliente não vai falar nesta terça-feira tudo o que sabe para os 16 parlamentares da CPI dos Correios que escutam seu depoimento na capital paulista. Preso em Avaré, interior do estado, onde cumpre pena por evasão de divisas, o doleiro foi levado para a sede da Delegacia de Crimes contra a Pessoa Humana (DHPP) especialmente para depor diante dos parlamentares.

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Segundo o advogado, Toninho da Barcelona vai falar só uma parte do que sabe e o principal ele deixará para contar em Brasilia. Sayeg disse que seu cliente quer contar o que sabe, mas numa sessão da CPI, e desde que tenha garantias de redução de pena por colaborar com a Justiça.

Segundo o senador Demóstenes Torres (PFL-GO), se Toninho da Barcelona não falar tudo o que sabe nesta terça, dificilmente a CPI o chamará outra vez para depor em Brasilia. Já o relator da CPI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), destacou que a comissão ouve o doleiro com ressalvas, já que se trata de um criminoso condenado.

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Toninho da Barcelona está preso no Presídio de Segurança Máxima de Avaré, no interior do estado, condenado a 20 anos de prisão, e tem dito que desde 1989 faz remessas de dólares para o exterior para o PT.

- Sou preso político. Fui condenado a quase 30 anos de cadeia por comprar e vender dólares como qualquer outro cidadão deste Brasil - disse o doleiro, logo ao chegar, com colete à prova de balas, magro e de cabeça raspada.

- Mas para quem o senhor comprava dólares? - perguntou um jornalista.

- Para o mundo. Para o Brasil inteiro. Para todos aqueles que tenham... - respondeu, interrompendo sua declaração ao ser atingido acidentalmente no olho por um microfone de uma equipe de reportagem de televisão. Toninho chegou a sangrar e foi levado pelos policiais em seguida.

O depoimento do doleiro foi acertado na noite de segunda-feira pelo senador Delcidio Amaral, presidente da CPI, com o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho.

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