A CPI já tem dados suficientes para confirmar a participação de cerca de 80% dos 112 parlamentares acusados de envolvimento na máfia das ambulâncias. A informação foi dada nesta segunda-feira pelo vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), em entrevista à imprensa. Ele disse que as provas incluem gravações telefônicas e cópias de depósitos bancários, entre outros comprovantes.
- As dúvidas são quanto aos que receberam em dinheiro vivo, por exemplo, por ser fato de difícil comprovação - afirmou Jungmann.
Com o objetivo de formar uma opinião sobre os casos ainda duvidosos, Jungmann afirmou que ainda nesta segunda-feira vai apresentar um requerimento para que a CPI notifique todos os demais parlamentares denunciados pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin para que apresentem suas defesas por escrito. Até agora a CPI só notificou os 57 que estão sendo investigados pelo Ministério Público e pelo STF. Com base no depoimento de Vedoin, seriam, no total, 112, sendo que, desses, cinco são ex-parlamentares.
- Esses novos denunciados não estão sendo investigados. Por isso, a notificação é necessária até para que eles possam se defender em algum fórum e comecem a ser investigados. É importante que a sociedade saiba que a CPI vai até o fim - ressaltou Jungmann.
O deputado afirmou ainda que vai apresentar outros três requerimentos: o primeiro é para que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorize a quebra de sigilo de todos os novos denunciados, inclusive de parentes e assessores próximos a eles. Já o segundo solicita a convocação, para depor na CPI, do petista José Airton Cirilo, que, na época em que era assessor do ex-ministro da Saúde Humberto Costa, teria, segundo Vedoin, recebido dinheiro para intermediar contatos da "máfia das ambulâncias" com governos petistas do Piauí e do Mato Grosso do Sul.
- É preciso convocar todos os que forem necessários. O próprio Humberto Costa já se colocou à disposição da CPI para qualquer esclarecimento. Depois das devidas explicações, os 112 serão implicados ou inocentados pela CPI - explicou Jungmann.
O terceiro requerimento que será apresentado por Jungmann, em conjunto com outros membros da CPI, solicita a continuidade, em 2007, dos processos contra os parlamentares cujas participações no esquema de fraudes sejam comprovadas pela comissão.
- Aqueles que forem reeleitos deverão passar por um processo de cassação e os demais deverão ser julgados pela Justiça comum - acredita Jungmann.
Questionado sobre a informação de que o senador Sibá Machado (PT-MT), integrante da CPI, teria levado um assessor da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) para assistir a um depoimento reservado feito a membros da CPI, em Cuiabá, Jungmann afirmou que é preciso confirmar a denúncia e tomar as providências cabíveis. O genro de Serys, identificado como Paulo Roberto, foi citado no depoimento de Luiz Antônio Vedoin, como tendo recebido uma comissão em razão de uma emenda que a senadora teria apresentado para compra de ambulâncias.
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