O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse nesta sexta-feira, em Curitiba, estar preocupado com a repercussão dos escândalos do mensalão nas urnas deste ano.

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- O maior resultado disso são as pessoas concluírem que todo mundo na política é praticante de ilícito e talvez essa seja uma conclusão desastrosa e errada que as CPIs instauradas para investigar irregularidades no governo não resultaram em nenhuma prova concreta.

Ele ressaltou, no entanto, que até agora as CPIs não comprovaram nenhuma denúncia de corrupção no governo Lula.

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- Até hoje nenhuma das CPIs, nem o Ministério Público e nem a Polícia Federal apontaram concretamente uma ação, com exceção do suborno com os Correios, quebraram sigilo bancário etelefônico e até agora não provaram nada - disse o ministro.

O ministro, que esteve nesta sexta-feira em Curitiba participando do Fórum de Gestores Federais no Paraná, promovido pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, disse ainda que as investigações somente apontaram irregularidades em campanhas eleitorais, o chamado caixa dois.

- O que teve foi uma crise em função da manipulação de recursos irregulares de campanha, que está patente e há uma investigação sobre isso - disse.

Bernardo assinalou, no entanto, que a oposição se aproveita dessa confusão para criar denúncias vazias.

- No caso das denúncias envolvendo o PMDB, ninguém está acima de qualquer suspeita. Se tem uma denúncia, tem que ser investigado, mas é preciso prudência para não tornar tudo o que se fala em verdade, como no caso desse advogado (Roberto Bertholdo), que está preso e ganhou notoriedade - apontou.

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O ministro, que cogita deixar a pasta apenas com o aval do presidente Lula para se candidatar à reeleição como deputado federal, negou a possibilidade de assumir o Ministério da Fazenda no lugar de Antonio Palocci, alegando que o PT tem outras pessoas para assumir a coordenação de campanha.

- Não sou dono do meu nariz. Se pudesse, gostaria de ser candidato à reeleição, mas não posso tomar decisão sem falar com o presidente - despistou.

Por ser um ano eleitoral, o ministro disse que gostaria que as taxas de juros continuassem baixando, mas sugeriu cautela por não ser interessante "bafejar sobre o Copom".

- Não tenho dúvida de que seria eleitoralmente muito bom, mas não dá para tomaruma decisão dessa só pensando nas eleições. Em 2002, o Banco Central fez um movimento mais brusco, entendido como eleitoreiro, e teve um efeito inverso, quando o mercado aumentou as taxas de juros - lembrou o ministro do Planejamento.

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