Ponta Grossa O esquema de licitação fraudulenta para a compra de ambulâncias envolvia também as prefeituras, garantindo, de acordo com o depoimento do empresário Luiz Vedoin, propinas para os prefeitos. O programa Fantástico, da rede Globo, mostrou na noite de domingo que o Paraná foi o segundo estado em número de municípios beneficiados, atrás apenas do Mato Grosso. Seriam 50 cidades o que representa uma em cada oito cidades paranaenses. Mas a informação não foi confirmada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o caso.
A participação paranaense no esquema era considerada muito menor. Em maio, a Controladoria-Geral da União informou que há indícios de irregularidades em cinco cidades do estado: Doutor Ulisses, Juranda, Manoel Ribas, Ortigueira e Guaraniaçu.
De acordo a última edição da revista Veja, seriam outros cinco os municípios paranaenses que teriam participado do esquema: Matelândia, Pinhão, Coronel Vivida, Piraquara e Braganey. Os acordos teriam sido feitos entre 2002 e 2004 e mais de R$ 36 mil teriam sido pagos a ex-prefeitos, em valores oscilando entre R$ 3 mil e R$ 12,8 mil.
O atual prefeito de Matelândia, Edson Antônio Primon (PMDB), disse que foi surpreendido pela notícia do envolvimento da cidade no caso, mas que investigará a compra de uma ambulância, em 2002. "Até agora só sabemos que a licitação dizia que era um veículo com ar condicionado e o carro entregue não tem", conta. Por ser ponto facultativo na cidade, Primon não conseguiu consultar os documentos do arquivo. O ex-prefeito Masao Takeshi (PTB), que teria levado R$ 6,4 mil para facilitar o processo de licitação, mora na zona rural e não tem telefone para contato.
Em Pinhão, na região Central do estado, a ambulância chegou no ano passado, fruto de uma emenda parlamentar do deputado federal Íris Simões (PTB-PR) um dos parlamentares acusados de fazer parte do esquema. Ele foi pessoalmente entregar as chaves do veículo.
De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, o caso será investigado. A Gazeta do Povo telefonou para o ex-prefeito Osvaldo Lupepsa (PSDB), que consta na lista como se tivesse embolsado R$ 10 mil no esquema, mas na casa dele a informação é de que ele foi para uma fazenda e está incomunicável.
O departamento de contabilidade da prefeitura de Coronel Vivida já começou um levantamento dos processos de compra de todos os veículos. De acordo com a secretáeria municipal de saúde, Terezinha Mezzomo, o caso específico da ambulância está sendo verificado. A reportagem tentou localizar o ex-prefeito Ivanir Francisco Ogliari (PMDB), acusado de receber R$ 3 mil de propina, mas ninguém atendeu o telefone na casa dele. Em Braganey, nenhuma informação foi repassada. Na casa do ex-prefeito João Capelletto (PMDB), que teria recebido R$ 12,8 mil, a informação é de que ele está incomunicável.
Inter
Piraquara recebeu duas ambulâncias, nos valores de R$ 75 mil e R$ 79,5 mil, ambas compradas das empresas de Vedoin. O convênio com o governo federal foi assinada no dia 20 de dezembro de 2003 e dez dias depois a primeira compra já havia sido feita. A segunda licitação foi feita em fevereiro. De acordo com o assessor de Planejamento do município, João Fulgêncio, quem deve investigar o caso é o Ministério Público Federal e à prefeitura cabe ceder a documentação e ajudar na apuração. O procedimento de compra das ambulâncias está sendo investigado desde o ano passado pelo MPF e várias cópias de documentos já foram encaminhadas. O ex-prefeito João Guilherme Ribas Martins (PMDB), disse que estava ocupado e que aceitaria falar no assunto hoje. Ele teria recebido R$ 4 mil no esquema.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Vácuo de poder deixa Síria entre risco de Estado terrorista e remota expectativa de democracia
Deixe sua opinião