A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira vai tentar ouvir nesta terça-feira (15) os depoimentos dos procuradores Daniel de Resende Salgado e Léa Batista de Oliveira, que participaram da Operação Monte Carlo, responsável pela prisão do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A opção por tomar os depoimentos dos dois procuradores foi defendida na noite desta segunda-feira pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter dado liminar favorável ao adiamento do depoimento do contraventor.
Se o "Plano B" de Odair não der certo e os procuradores não conseguirem ir de Goiânia para Brasília, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), estuda transformar a sessão desta terça em administrativa para votar cerca de 200 requerimentos.
Os requerimentos à espera de votação vão desde a convocação de governadores de estado e do Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, até a quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico da empresa Delta Construções e seu proprietário, Fernando Cavendish. Originalmente, a reunião administrativa está marcada para quinta-feira, dia 17.
Os integrantes da CPI foram surpreendidos com a decisão do Supremo. "Temos de respeitar a decisão do Supremo, apesar de não entender a razão. Não tem motivo para o Supremo autorizar o adiamento. Até agora a CPI não produziu uma prova nova. Tudo que temos aqui, o Cachoeira e seus advogados já tiveram acesso há mais de um mês", argumentou o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).
O depoimento de Cachoeira previsto para esta terça era aguardado com grande ansiedade pelos integrantes da CPI, mesmo diante da perspectiva do contraventor permanecer calado durante toda a audiência, conforme sinalizou seu advogado Márcio Thomas Bastos. Afinal, esse seria o primeiro grande momento da Comissão.
Os bunkers de petistas e da oposição procuraram se municiar de dados para interrogar o contraventor. "Estamos chamando alguém para falar de algo que participou e não para falar das apurações dos delegados", observou o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA). "Se ele (Cachoeira) não quiser falar é um direito dele. Mas vamos buscar informações nos processos construídos pela Polícia Federal contra ele", completou o petista. "Não prejudica em nada o fato dele (Cachoeira) vir e ficar calado. A prova documental é melhor do que a testemunhal", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).
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