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 | Rosana Félix/ Gazeta do Povo
| Foto: Rosana Félix/ Gazeta do Povo

Morador da cidade italiana de Milão, Maurizio Campagna perdeu o irmão, Andrea, em abril de 1979, em um atentado terrorista do grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Cesare Battisti, que está em liberdade no Brasil, foi condenado por esse e outros crimes na Itália. A reportagem conversou com Campagna sobre a prisão de Henrique Pizzolato.

O senhor acompanhou as notícias da prisão de Pizzolato? Como vê a situação?

Ouvi a notícia da prisão e do pedido de extradição feito pelo Brasil. Alguns telejornais divulgaram a opinião de que o Brasil tem uma cara de pau muito grande de fazer isso depois que a extradição de Cesare Battisti para a Itália foi negada.

Em sua opinião, a Itália deveria se "vingar" e manter Pizzolato na Itália?

Eu, como parente de uma vítima, pensei nisso instintivamente. Mas, depois, cheguei à conclusão que a Justiça deve seguir seu curso. A Justiça brasileira se pronunciou, de forma justa, sobre a extradição de Battisti, deixando, porém, a palavra final ao então presidente Lula. O erro, portanto, não foi do Estado de Direito brasileiro, mas sim do ex-presidente, o qual, talvez aconselhado mal ou simplesmente porque partilhava de algumas ideias em comum com Battisti, preferiu ir contra a própria instituição da Justiça.

Essa opinião é partilhada por outros?

Creio e espero que a Justiça italiana dará encaminhamento ao ocorrido, sem se envolver em emoções injustificadas. Não sei dizer, porém, o que pensa o governo italiano. Mas envio saudações a todos os brasileiros que acompanharam o caso Battisti e que estiveram ao lado de nós, vítimas do terrorista Cesare Battisti. Por favor, não o chame de ex-terrorista, porque ele nunca se arrependeu.

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