Enquanto a Fundação Zerbini, gestora do Instituto do Coração (Incor), e representantes do Governo federal e estadual estudam como sanar a crise financeira do hospital, pacientes e parentes de pessoas que dependem do Incor para realizar tratamentos médicos ficam apreensivos em relação a uma provável crise no atendimento.
O aposentado Eurípedes Ferreira Barros, de 69 anos, diz que há um mês não recebe mais do Incor o suprimento completo de medicamentos para seu tratamento. Ele é portador da Doença de Chagas e se trata no hospital há 18 anos.
- Fico preocupado, pois se parar de tomar os remédios posso piorar -, diz o aposentado, que afirma não ter dinheiro para comprar o medicamento, que custa por volta de R$ 40.
De acordo com a assessoria de imprensa do Incor, o fornecimento de 35 principais medicamentos para doenças cardíacas é realizado pelo Hospital das Clínicas.
Um outro paciente do Incor que se mostrou apreensivo em relação à crise é o representante comercial Horácio Belandrino, de 65 anos. Ele fez uma cirurgia no hospital para implantar um marca-passo no coração há cerca de seis meses e precisa de acompanhamento médico periódico.
Ele diz que reparou que a quantidade de macas e equipamentos ficou mais escassa nos últimos meses. A instituição afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que a crise financeira ainda não afetou o atendimento e os tratamentos de pacientes que dependem do hospital.
Na última quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou o empréstimo de R$ 120 milhões do BNDES, considerado uma das últimas esperanças da fundação.
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