A 'bomba' prometida pelos promotores no caso Richthofen foi um novo depoimento de Cristian Cravinhos, em que ele volta atrás e admite ter matado Marísia von Richthofen. Ele falou na noite desta quarta-feira ao juiz Alberto Anderson Filho. O objetivo é obter a redução da pena.

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Cristian disse em depoimento emocionado que a primeira vez que soube que o crime estava sendo planejado foi em julho de 2002, quando o casal estava de férias. De acordo ele, durante um encontro na casa de Suzane, ela teria perguntado se Cristian ajudaria matar os pais dela.

Segundo Cristian, ele achou um absurdo e saiu da casa. No mesmo mês, quando ficou a sós com Suzane para comprar cigarros, ele perguntou ela porque queria matar os pais.

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- Fria, ela disse que não suportava os pais pelo fato de não ter vida. Por não poder fazer o que eu e meu irmão fazíamos - disse.

De acordo com ele, Suzane teria contado a ele que o pai tentou estuprá-la aos 13 anos e constantemente agredia Andreas e ela.

Segundo Cristian, Suzane teria dito que a morte dos pais era a única forma de ela ficar em paz.

Ele afirmou ainda que Suzane disse que a família era só fachada. Segundo Suzane contou a ele, a mãe era lésbica e o pai tinha amantes

Ele disse que orientou a garota a procurar a polícia, mas o pai era muito influente e ninguém acreditaria nela.

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Ele confirmou todas as informações da reconstituição do crime, mas negou que tenha asfixiado Marísia.

- Não entendo a força que essa menina teve em cima de meu irmão, um menino que cresceu onde nunca houve maldade, afirmou chorando.

De acordo com ele, dias depois do crime, quando os irmãos choravam abraçados, Suzane disse:

- Você não me tirou nada.

Ao final do depoimento, o pai dos Cravinhos subiu no plenário e abraçou o filho e os dois choraram.

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Em seu depoimento, no primeiro dia do júri, ele mudou a versão para o crime. Disse que não matou Marísia von Richthofen. Segundo o rapaz, foi o irmão Daniel quem matou os pais de Suzane. Ele disse que ficou paralisado na hora de matar Marísia. Cristian decidiu assumir a culpa pela morte da mãe de Suzane para livrar o irmão Daniel da acusação de duplo homicídio.

Nesta quarta-feira, o depoimento mais significativo foi o de Nadja Cravinhos, mãe dos rapazes. A fala de Nadja foi marcada por muita emoção. Ela chorou várias vezes, assim como os filhos. A família Cravinhos se mostrou unida na defesa de Daniel e Cristian. Nadja Cravinhos devolveu à Suzane von Richthofen a mesma acusação que ela faz a seu filho: a manipulação. Foi o contrário do depoimento de Andreas von Richthofen, que contribuiu para incriminar a irmã. Ela disse que Daniel não dependia financeiramente de Suzane.

A mãe afirmou ainda que Suzane levou seu filho à desgraça.

Outra testemunha que era considerada importante, Claudia Sorge, também não trouxe nenhuma informação nova ao caso. Chegou-se a aventar que ela teria um caso homossexual com Marísia, mas ele não falou sobre isso.

Nadja chegou a discorrer sobre a vida íntima de Suzane e Daniel, dizendo que tinha conversa aberta com o filho e que Suzane ficava 'estranha' durante as relações sexuais. Apesar disso, Nadja diz que perdoa Suzane, assim como perdoou seus próprios filhos.

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Assim como as demais testemunhas de defesa dos Cravinhos, Nadja garantiu que Daniel não precisava e não queria o dinheiro de Suzane, embora tenha passado a treinar menos e a dar menos aulas de aeromodelismo para ficar com a namorada nos fins de semana.

Ao fim do depoimento, Nadja obteve permissão do juiz para abraçar os filhos e os três choraram juntos. Antes disso, ela fez apelo aos jurados para que seja feita justiça 'na medida da culpa de cada um'.

Uma amiga de Suzane, Fernanda Kitahara, também depôs e disse que a amiga fumou maconha em uma viagem ao litoral com ela. A jovem confirmou também que Suzane pagava as contas de Daniel.

Uma agente penitenciária que depôs a favor de Suzane disse que ela não foi feita refém durante rebelião no Carandiru. Segundo ela, Suzane aceitou a palavra de Deus na prisão.

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