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Em entrevista à Rádio CBN neste sábado, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) disse que anunciará oficalmente na segunda-feira, no plenário do Senado, sua saída do Partido dos Trabalhadores.

- Na segunda-feira vou fazer um discurso dizendo da minha posição de não continuar mais na sigla do PT para poder continuar no partido a que o PT pertence, o das forças progressistas.

Ex-ministro da Educação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o senador justificou que seu afastamento político da legenda já vem de algum tempo e que só não tomou a decisão antes por questão de afeto. Segundo ele, a saída não é motivada pelas recentes denúncias envolvendo o partido. Mas, sim, de um distanciamento político que já acontece há muito tempo.

- Do ponto de vista político, eu me sinto distante há muito tempo. Quando eu quis asinar a CPI e o PT disse que não, eu me submeti. Quando eu quis assinar o salário-mínimo de R$ 260, junto com o choque social, e o governo aceitou e depois vetou. Politicamente, esse é um afastamento que já vem de muito tempo. Não saí antes porque tenho uma relação de afeto com o PT, com os militantes, com a juventude, e quem já passou por isso sabe como é difícil tomar uma decisao que toca em relação de afeto - explicou.

O senador disse que para desempenhar seu papel de "militante progressista de esquerda" com plenitude é preciso deixar o PT. E informou que pretende se unir a outros líderes de esquerda, não necessariamente numa mesma legenda. Para Cristovam Buarque, o PT hoje não tem mais hoje em dia uma bandeira transformadora.

- O trabalho nosso é unir os cacos das esquerdas brasileiras, com uma bandeira nova. A construção dessa nova bandeira da esquerda moderna do século 21 é uma tarefa para pessoas que estiverem nos mais diversos partidos. Mas o PT amarra, não permite que de dentro dele saia essa renovação. Acredito que a nova força vai ter muito dos atuais petistas, mas não vai partir das lideranças do PT - disse o senador.

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