O presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse, por meio de nota, que “desconhece” o depoimento de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF). Na decisão que mandou prender o doleiro Lúcio Funaro, o ministro Teori Zavascki cita trecho de depoimento de Fábio Cleto. Nele, o vice-presidente da Caixa cita como era feita a partilha da corrupção. Segundo Cleto, Lúcio Funaro acertou os detalhes dos pagamentos e informou que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ficaria com 80% da propina em todos os contratos. Funaro ficaria com os 12% restantes.
“Desconheço a delação, desminto os fatos divulgados, não recebi qualquer vantagem indevida, desafio a provar e, se ele cometeu qualquer irregularidade, que responda por ela”, disse Eduardo Cunha, em comunicado divulgado por sua assessoria.
Janot denuncia Cunha por participação em suposto esquema na Caixa
Leia a matéria completaJá o vice-líder do PPS na Câmara, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) disse, por meio de nota, que Cunha é um “delinquente compulsivo”. “O senhor Eduardo Cunha é um delinquente compulsivo que não vai parar nunca. Sem dúvida, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Ministério Público Federal (MPF) têm suprido aquilo que, infelizmente, a Câmara não consegue fazer, que é investigar e responsabilizar o deputado do PMDB que é alvo de um processo de cassação na Casa”, disse Jordy. Ele ainda ressaltou que o PPS rechaça acordos para tentar evitar a cassação de Cunha.
Culto na Câmara
Na tarde desta sexta-feira, o relator do recurso apresentado por Cunha na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), participou de uma cerimônia em homenagem aos 13 anos da chamada “Comunidade das Nações - Estilo de Vida Sobrenatural”, uma entidade religiosa de Brasília. Pastor, Ronaldo Fonseca presidiu a sessão por um tempo, discursou, mas não falou na saída.