Aliado de Eduardo Cunha foi derrotado na eleição para líder do PMDB na Câmara.| Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil/Fotos Públicas

Um dia depois de ser derrotado na eleição para líder do PMDB, com a recondução de Leonardo Picciani (RJ) para o cargo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, negou nesta quinta-feira (18) que tenha “qualquer desafeto na bancada do PMDB”. Cunha disse que essa suposição é “balela” e que nem mesmo Picciani pode ser considerado desafeto seu. O peemedebista afirmou ainda que a vitória do líder não o preocupa e “não dificulta nem facilita” sua vida.

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“Não dificulta nem facilita (a minha vida), não estou preocupado com isso e não há desafeto, eu não tenho qualquer desafeto na bancada do PMDB, isso é balela”, disse Cunha, negando que Picciani seja seu desafeto: “Não, desafeto não. Uma coisa é ter sido adversário num processo em que defendi uma candidatura e ele era o outro candidato, isso não quer dizer que ele seja o meu desafeto. Ele não é meu desafeto. A gente sempre teve relação, isso não é um problema”, afirmou.

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Cunha afirmou que a bancada do PMDB tem uma lógica própria, e que é preciso “deixar o tempo rolar” para medir as consequências da eleição:

“Tem que deixar o tempo rolar, é difícil dizer o que tem de day after , a bancada tem sua lógica e continua com a sua lógica.”

O presidente da Câmara almoçou com o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) no Jaburu, num encontro no qual também estavam presentes Picciani e o deputado Hugo Motta (PB), derrotado na disputa pela liderança. Ele afirmou que foi apenas um “evento social internacional”, em homenagem ao deputado português Paulo Portas, chanceler de Portugal.

“Não houve almoço com Michel Temer, houve almoço de homenagem ao Michel Temer e ao deputado Paulo Portas, chanceler de Portugal, com mais de 40 convidados. Foi um evento social internacional”, disse.

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Cunha sentou ao lado do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas negou que tenha conversado sobre os embargos que o peemedebista apresentou à Corte, pedindo esclarecimentos sobre decisão do STF sobre o rito do impeachment. Segundo Cunha, a conversa na mesa era sobre a situação política de Portugal:

“Sentei numa mesa do lado do Gilmar Mendes, foi por isso só. Estávamos falando de Portugal, falamos juntos na mesa, nem teve conversa só nossa, sobre a lógica política de Portugal, em que ganharam a eleição e perderam o governo, uma situação estranha. Ganharam a eleição, não atingiram maioria e os oposicionistas que formaram maioria assumiram o governo.”

Perguntado se a situação política lembrava o Brasil, ele disse que não, porque o país não tinha um sistema parlamentarista. Cunha aproveitou para defender mais uma vez a discussão sobre o Parlamentarismo e sugeriu a criação de uma comissão mista para que Câmara e Senado discutam o assunto.

“Aqui não é Parlamentarismo, aliás é uma situação que a gente sempre quis debater na reforma política, e parece que o Senado está querendo fazer uma comissão especial do parlamentarismo e nós temos uma PEC pronta já... a gente pode de repente fazer uma comissão mista com o Senado para discutir o Parlamentarismo, acho que é um bom momento até para se discutir isso.”