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Para Cunha, embora a obstrução seja uma forma dos partidos de mostrarem insatisfação com o peemedebista e inviabilizarem a continuidade dele na Presidência, vai refletir apenas “a posição da Casa”. | GUSTAVO LIMA/ Câmara dos Deputados/Fotos Públicas
Para Cunha, embora a obstrução seja uma forma dos partidos de mostrarem insatisfação com o peemedebista e inviabilizarem a continuidade dele na Presidência, vai refletir apenas “a posição da Casa”.| Foto: GUSTAVO LIMA/ Câmara dos Deputados/Fotos Públicas

Ao comentar os movimentos da oposição para paralisar as votações na Câmara, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) minimizou o poder de mobilização de seus até recentemente aliados e afirmou que eles não têm capacidade de paralisar a Casa. “Todos eles, juntos, não têm número suficiente para paralisar a Casa”, afirmou o peemedebista na tarde desta segunda (23).

Petista defende continuidade do processo contra Cunha no Conselho

Nesta terça (24), líderes da oposição e de partidos que se dizem independentes vão se reunir para discutir como se dará a obstrução para tentar forçar politicamente como se dará a saída de Cunha. PPS, PSB, PSOL e Rede já anunciaram que vão obstruir todas as votações, assim como pretendem deixar de comparecer às próximas reuniões de líderes, momento em que a pauta de votações de semana é discutida.

O DEM, que semana passada se reuniu e não entrou em consenso sobre o distanciamento formal a Cunha, deve seguir o mesmo caminho dos independentes. No PSDB a tendência é adotar uma obstrução seletiva, votando algumas matérias que o partido considerar de interesse.

Para Cunha, embora a obstrução seja uma forma dos partidos de mostrarem insatisfação com o peemedebista e inviabilizarem a continuidade dele na Presidência, vai refletir apenas “a posição da Casa”. “Se eles querem ficar em obstrução o tempo inteiro e tiver maioria para obstruir, significa que a Casa não quer votar. Não vou me constranger com essa possibilidade.”

Cunha lembra que, ao ser eleito para o cargo, não contou com o apoio da oposição. O PSDB apoiou o desafeto do peemedebista Júlio Delgado (PSB-MG).

“Se a presidente da república tem um dígito de popularidade, não quer dizer que ela vai ter que deixar o poder por causa disso. Fui eleito. O momento da minha eleição acabou. Naquele momento tive maioria na Casa, sem PT, PSDB, PSOL, PPS. Se eles estão questionando, pode questionar a vontade. Não vou tirar a legitimidade da minha eleição em função de qualquer questionamento, como você não pode tirar a legitimidade da eleição da presidente por questionamento, a não ser contestação de natureza legal. Não vou aceitar o questionamento da legitimidade. Vou continuar exercendo igualzinho estava até agora. Até o final do mandato.”

Petista defende continuidade do processo contra Cunha no Conselho

Apesar de um acordo de blindagem ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que envolve o congelamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff, um dos petistas que integram o Conselho de Ética, Valmir Prascidelli (SP) afirmou na tarde desta segunda-feira (23) que o caso do peemedebista na comissão deve ter continuidade.

Segundo o deputado, está é a tendência de voto entre os três membros do partido que compõem o Conselho. Além dele, também estão Zé Geraldo (PA) e Leo de Brito (AC). Geraldo já afirmou diversas vezes que defende a continuidade do processo contra Cunha e não acredita que o caso deva ser encerrado agora. “A tendência é de voto favorável à continuidade do processo. A Câmara não pode ficar sem avaliar esse caso. Seria a Câmara se omitir”.

Está marcada para esta terça (24) a reunião do Conselho na qual o relator, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), deve apresentar o parecer preliminar pela admissibilidade do processo de cassação de Cunha. Aliados do peemedebista já adiantarão que pedirão vistas, o que levará a votação apenas para a próxima semana.

Contudo, após a conturbada quinta-feira (19), na qual até mesmo aliados de Cunha avaliam ter exagerado nas manobras de protelação que geraram reações em cadeira contra o peemedebista, o presidente do Conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), acredita que a sessão desta terça será mais tranquila e seguirá sem anormalidades.

Como a Folha revelou semana passada, o líder da bancada na Casa, Sibá Machado (AC), se reuniu com os três petistas que representam o partido no Conselho de Ética e fechou a orientação pela blindagem de Cunha. A ordem por parte dos “cunhistas” era esvaziar a sessão. Os petistas só chegaram à reunião após o quórum de 11 deputados ter sido atingido.

Para Prascidelli, o PT não pode se deixar levar por ameaças de Cunha de deliberar pelo impeachment da presidente Dilma caso o partido não o defenda no Conselho de Ética.

O Palácio do Planalto, contudo, está preocupado com essa avaliação. O ministro Ricardo Berzoini, chefe da Secretaria de Governo, convocou uma reunião com a ala do partido que defende a saída de Cunha. Não convidou, contudo, os membros do Conselho, para “não constrangê-los”, mas deve orientar os colegas a fazer com que haja uma postura mais amena por parte de todos.

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