Eduardo Cunha voltou a relacionar a operação com uma represália do governo.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, classificou como “estranhíssima”, “revanchismo” e “jogo para a plateia” a operação Catilinária, realizada pela Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF), nesta terça-feira (15), que cumpriu 53 mandados de busca e apreensão, alguns deles em sua residência oficial em Brasília, sua casa e seu escritório, ambos no Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva, Cunha afirmou que “causa muita estranheza” a operação ter como parte dos alvos políticos de seu partido, o PMDB, ser realizada no dia de votação do processo contra ele no Conselho de Ética e na véspera da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

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“Foi uma operação muito centrada no PDMB. A gente sabe que o PT produziu um assalto no Brasil. Todo dia a gente tem uma denúncia sobre o PT, e hoje fazem uma operação contra o PMDB. É muito estranho isso”, disse Cunha, que foi questionado sobre a prisão do senador Delcídio Amaral, do PT: “Delcídio foi preso em flagrante. Qualquer um poderia ser. Não houve uma operação, nem foi uma consequência de ação do MP. O que houve é que ele foi flagrado. Então causa muita estranheza [a operação desta terça-feira]”.

Ele reforçou que acorda “às seis horas da manhã e que a porta estaria aberta”. E criticou que os petistas não são alvos das operações. “Eu fui escolhido para ser investigado, todos sabem disso”, afirmou.

O presidente da Câmara voltou a se declarar inocente das acusações de ter recebido propina na contratação de dois navios-sondas da Samsung Heavy Industries pela Petrobras. “Eu sou completamente inocente”.

Cunha também tentou atacar a PF e o MPF: “É sinal que eles não têm prova, têm que colher alguma”.

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Ao classificar a operação desta terça-feira como “revanchismo”, Cunha acusou o ministro da Justiça de participar de reuniões durante a madrugada em Curitiba, onde se concentra a força-tarefa da Operação Lava-Jato: “Eu sou um desafeto do governo, todo mundo sabe disso. Nada mais natural que eles vão buscar seu revanchismo. O que foi fazer o ministro José Eduardo Cardozo em Curitiba para ter reuniões na madrugada lá. São coisas muito estranhas que acontecem neste governo”.​

O presidente da Câmara defendeu mais uma vez que o PMDB deixe o governo Dilma Rousseff.