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O presidente da Câmara justificou aos líderes que,  como esteve com a presidente Dilma, não poderia tomar  uma decisão que pudesse aparentar ser mais uma investida contra o governo | Valter Campanato/Agência Brasil
O presidente da Câmara justificou aos líderes que, como esteve com a presidente Dilma, não poderia tomar uma decisão que pudesse aparentar ser mais uma investida contra o governo| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O encontro reservado entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), surtiu seu primeiro efeito nesta quarta-feira (02). O peemedebista dissuadiu líderes da oposição de levarem adiante um requerimento de criação de uma comissão externa para visitar a gráfica VTPB, em São Paulo, suspeita de fraude pelo recebimento de R$ 22,9 milhões da campanha da presidente Dilma Rousseff no ano passado.

O pedido, assinado pelos líderes do DEM, PPS, PSDB, Solidariedade e da Minoria, foi apresentado ontem, mas Cunha apelou aos deputados para que deixassem sua apreciação apenas para hoje, já que poderia atrapalhar a votação das matérias pautadas para o dia, como a do Supersimples.

Nesta quarta-feira (02), os deputados voltaram a insistir na apresentação do requerimento em plenário, mas Cunha, reservadamente, pediu que deixassem a ação para outro momento. O presidente da Câmara justificou aos líderes que como esteve com a presidente Dilma, não poderia tomar uma decisão que pudesse aparentar ser mais uma investida contra o governo.

Os oposicionistas, que desde o início do ano atuam afinados com Cunha, desejavam criar um fato político de apoio ao ministro Gilmar Mendes, que insistiu nas investigações para apurar supostas irregularidades cometidas pela campanha de Dilma, mas foi contestado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que determinou o arquivamento do pedido.

Cunha rompeu com o governo há cerca de um mês e meio e ontem teve seu primeiro encontro com a presidente Dilma. Apesar de ter agido hoje para desmobilizar a tentativa da oposição de fortalecer a tese de investigação sobre a campanha presidencial de Dilma, o peemedebista voltou ontem do Palácio do Planalto afirmando que a reunião com a presidente não significou um recuo em sua posição.

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