O deputado-federal Custódio Mattos (PSDB-MG) confirmou que recebeu depósitos em outubro de 1998 para a campanha eleitoral, mas negou ter conhecimento da origem do dinheiro. Reportagem da revista 'Época' deste fim de semana diz que o publicitário Marcos Valério fez doações para a campanha do deputado e para outros políticos de Minas Gerais. Segundo o ex-líder do PSDB na Câmara, os depósitos aconteceram no dia 22 de outubro, depois que ele já estava eleito, e no dia 5 de outubro, e o dinheiro foi usado para o segundo turno da campanha ao governo de Minas Gerais, disputado entre Itamar Franco (PMDB) e Eduardo Azeredo (PSDB).

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- Eu não tinha a menor noção que esse depósito foi feito pela SMPB, nunca conheci, nunca conversei, nem pessoalmente, nem por telefone, com o senhor Marcos Valério. O que aconteceu é que o desempenho do candidato Eduardo Azeredo foi muito fraco no primeiro turno para governador em Juiz de Fora, até porque é a região de Itamar Franco, então, a coordenação da campanha de Azeredo e do vice, Clésio Andrade, me procurou para que eu ajudasse a fortalecer a campanha no segundo turno, e para isso, iriam mandaralguns recursos - disse o deputado.

Custódio Mattos afirmou que o dinheiro foi repassado legalmente, como despesa de campanha, e que não tem conhecimento da origem dos recursos, a não ser a coordenação da campanha tucana.

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- Eu forneci minha conta pessoal porque não havia nenhum problema legal nem ético, era a maneira do dinheiro chegar e ser repassado. Até ontem à tarde, quando a Revista 'Época' me procurou, eu não tinha a menor idéia que esse depósito foi feito pela SMPB, que, na época, era uma empresa idônea. Para mim, o depósito foi feito pela coordenação da campanha, e não dá para saber quem depositou, declarou o tucano.

O senador Eduardo Azeredo (PSDB) não foi encontrado para falar sobre a reportagem. Há dois dias, Azeredo declarou que nunca recebeu empréstimos ou usou o aval do publicitário Marcos Valério em operações financeiras.

O deputado Custódio de Mattos, ex-líder do PSDB na Câmara, recebeu dois depósitos do publicitário, um de R$ 20 mil e outro de R$ 5 mil. O dinheiro saiu da conta do Banco Rural da SMPB, agência de Marcos Valério, para a conta pessoal do deputado tucano no Banco do Brasil, em 22 de outubro de 1998, de acordo com os documentos mostrados pela revista.