Os presidentes das duas maiores centrais sindicais do país — Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical — fizeram nesta terça-feira duras criticas ao pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo na segunda. Em ato pela campanha salarial unificada de diversas categorias, realizado em frente à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Vagner Freitas, presidente da CUT, considerou “lamentável” o pacote do governo, que em sua visão vai penalizar ainda mais os trabalhadores. “É um pacote recessivo, que imputa a culpa da crise aos trabalhadores e vai contra as propostas que a CUT tem apresentado”, disse Freitas.
Em nota, Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que o pacote transfere, “de forma nefasta” aos trabalhadores, o ônus dos erros econômicos cometidos pelo governo. “O governo fez uma opção errada de política econômica, e nós, trabalhadores, não estamos dispostos a pagar esta conta”, disse Torres.
Para o dirigente da Força, ainda, a ideia de congelar os salários dos servidores federais é “absurda”.
Em comunicado postado nesta terça-feira no site da CUT, Freitas diz que as medidas não “na contramão das necessidades do país e dos trabalhadores, pois onera a atividade econômica e reduz gastos sociais em um momento que a recessão atinge a todos”. “Nenhuma das medidas aponta para a retomada do crescimento e geração de empregos, que são os problemas mais urgentes e graves que enfrentamos no país”, disse o presidente da CUT na nota do site, informando que pedirá uma audiência com a presidente Dilma Rousseff para apresentar “nossas propostas”.