Primeiro a chegar para a reunião com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho - encarregado pela presidente Dilma Rousseff de negociar com as centrais sindicais -, o presidente da CUT, Arthur Henrique, disse hoje rejeitar a proposta de troca do reajuste do salário mínimo para R$ 580,00 pelo reajuste da tabela do imposto de renda.
Segundo Arthur Henrique, já haviam sido reconhecidos como direito dos trabalhadores no governo Lula o aumento real do salário mínimo e o reajuste da tabela do imposto de renda. "Queremos a manutenção do que já existe e obter algo mais agora" disse.
O dirigente reconheceu que esta é a primeira reunião de negociação, mas avisou que não aceita o discurso de que o salário mínimo causa problema para a economia ou de que ele possa causar inflação. "Isso era discurso de governos passados", afirmou.
Ele defendeu que o tema seja discutido entre governo e centrais sindicais, deixando para o Congresso apenas a ratificação. "Isso não pode ir para o Congresso porque senão vai virar outro leilão como aconteceu nas vezes anteriores", disse.
Segundo Arthur Henrique, não dá para o trabalhador não receber nenhum reajuste real do salário mínimo, se tornando o responsável pela crise. Ele afirmou que nem governo, nem empresários, nem trabalhadores são responsáveis pela crise, mas lembrou que os empresários foram beneficiados com redução de impostos e aumento de crédito. Política que considerou acertada pelo governo Lula. "Mas, na hora do salário mínimo, queremos que enxerguem a situação de 49 milhões de trabalhadores que precisam de aumento real de seus salários", disse.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, que também participa da reunião no Palácio do Planalto, defendeu o mínimo de R$ 580,00, 10% de reajuste para os aposentados e 6,46% de reajuste da tabela do imposto de renda. "Isso é que consideramos direito", afirmou. "Sei que as negociações vão ser difíceis", completou.
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