O banqueiro Daniel Dantas, o ex-presidente da Brasil Telecom Participações Humberto Braz e o professor universitário Hugo Chicaroni não quiseram se pronunciar nesta quinta-feira (14) diante do juiz Fausto De Sanctis, da 6.ª Vara Criminal Federal. A informação é da assessoria de imprensa da Justiça Federal.
Dantas, Braz e Chicaroni são réus em processo que os acusa de tentar subornar um delegado da Polícia Federal. Nesta quinta, serão tomados os depoimentos das testemunhas de acusação contra eles, mas os três réus estão na audiência e puderam se manifestar antes de se iniciar o depoimento dos delegados.
Segundo a assessoria, após os réus se absterem de falar, começaram a ser ouvidas as testemunhas. O primeiro a ser interrogado foi o delegado Victor Hugo Rodrigues Alves, alvo do suposto suborno, por volta de 11h30.
O próximo a ser ouvido deverá ser o delegado Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha e prendeu Dantas, o investidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta por crimes financeiros. Por último, depõe o escrivão da PF Amadeu Ranieri.
A PF usa como prova contra os três réus, gravações em que Hugo Chicaroni e Humberto Braz aparecem conversando com o delegado Victor Hugo. A PF diz que eles pediram propina para que o nome de Dantas fosse retirado das investigações da operação.
Todos os réus negam as acusações. A defesa de Chicaroni afirma que não houve oferecimento de propina por parte dele, e sim um pedido de suborno feito pelo delegado.
Entrada
Após entrarem no prédio da Justiça Federal, os advogados dos réus tiveram de esperar alguns minutos antes de subirem para o andar onde ocorreria a audiência com as testemunhas, o que provocou protestos por parte de Nélio Machado, que defende Daniel Dantas. Machado antecipou que seu cliente ficaria calado na audiência.
"Se eu tinha alguma dúvida sobre meu cliente vai silenciar hoje, a dúvida acabou agora." Nélio Machado disse que, diante da situação, Daniel Dantas não falaria "de jeito algum". "Com esse ambiente é inadmsissível", protestou.
O advogado reiterou as críticas que vem fazendo ao processo. Nélio Machado havia dito anteriormente que o juiz Fausto De Sanctis não estava coordenando o processo com impessoalidade.
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