O futuro senador Sérgio Souza (PMDB) em seu escritório de advocacia, em Curitiba: ao fundo, uma foto do ex-governador Orlando Pessuti, seu amigo e mentor político| Foto: Priscila forone/ Gazeta do Povo

Como pensa o futuro senador

O primeiro contato com Orlando Pessuti ocorreu enquanto o ex-governador era extencionista rural da Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) na região de Ivaiporã e cuidava dos animais da fazenda da família de Souza. "Ele era o veterinário da família." Desde então, as famílias sempre tiveram uma ligação muito próxima. "Pessuti é o meu padrinho político. Aprendi a fazer política com ele. Faz 19 anos que convivo com ele. Tenho muito do jeito do Pessuti de fazer política, com mais contato, mais amizade, visita, receber e conversar com as pessoas."

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Na próxima terça-feira, o estado do Paraná terá um novo senador. O advogado Sérgio Souza (PMDB), 40 anos, assume a cadeira deixada por Gleisi Hoffmann (PT), nomeada ministra da Casa Civil, sem nunca ter sido candidato. Apesar de não ter passado por nenhum cargo eletivo, seja no Executivo ou no Legislativo, o suplente espera que a experiência de quase duas décadas de militância política e o trabalho de articulação em diversas campanhas auxilie no desenvolvimento das responsabilidades de senador. "Não sou uma pessoa conhecida da mídia, mas sou conhecido nos bastidores da política, principalmente de prefeitos e vereadores do Paraná", afirma.

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Ainda surpreso com a notícia de sua posse, Souza afirma já ter ideias de projetos de lei para apresentar no Senado, mas prefere não antecipar suas propostas e nem se posicionar sobre temas polêmicos, como atuação da bancada aliada e Código Florestal (leia mais abaixo). Por enquanto, o suplente afirma estar estudando o regimento interno da Casa. "Eu pretendo conhecer o Senado primeiro", diz.

Nascido em Ivaiporã, Norte do estado, e filho de agricultores, Souza, casado e pai de um filho, desembarcou em Curitiba em 1989 para servir o Exército. "Naquela época, era a única forma de vir para cidade", diz. Terminado o período no serviço militar, em 1992, Souza ingressou na vida política através de um pedido de um tio vereador que conseguiu uma colocação no gabinete do então deputado estadual Orlando Pessuti, que viria a ser o seu mentor político.

Início

O contato com o ex-governador começou de forma simples. "Passei a ser o motorista e office boy. Eu comprava as coisas, tirava xerox, era o faz tudo do gabinete", diz Souza, orgulhoso das origens.

Pessuti aposta no sucesso do novo parlamentar. "Conheço ele [Souza] há 32 anos. Tenho convicção de que será um grande senador. É uma pessoa correta e decente que sempre esteve ao meu lado nas sete eleições de que participei", conta o ex-governador.

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O trabalho de assessor político se estendeu até 2004, quando Pessuti era o vice-governador do estado. Nesse ano, Souza, que já tinha aberto um escritório de advocacia com outros profissionais no ano anterior, optou por se dedicar exclusivamente ao Direito. "Chegou um momento que não dava para fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Mas continuei mantendo contato com a política", ressalta.

Apesar do afastamento, o quadro com a foto de Pessuti na sala do escritório de advocacia do qual era sócio – onde ele atendeu à reportagem da Gazeta do Povo – não deixa dúvidas de que ele continua fiel ao mentor político. Souza vai vender sua parte na sociedade do escritório para se dedicar integralmente ao mandato de senador.

Advocacia

Mesmo no período em que deixou oficialmente a política, o sobrenome Pessuti não saiu do dia a dia de Souza. Em 2003, Orlando Moisés Pessuti, filho do ex-governador, ingressou como estagiário no escritório de advocacia. Dois anos depois, em 2005, Moisés, como é conhecido, assumiu parte da sociedade no negócio.

"Ele falava para eu crescer para que viesse a ser sócio um dia e para ele também poder retribuir tudo que meu pai fez por ele", conta Moisés. "Ele sempre foi um grande instrutor, um grande mestre". Além da sociedade, os dois criaram uma grande amizade – Souza é padrinho de casamento Moisés. "Ele sempre foi uma espécie de irmão mais velho."

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O jeito calmo e sereno deverá contribuir bastante nos trabalhos no Senado. "Sempre tratou muito bem as pessoas. Além disso, ele conhece bastante sobre direito eleitoral, o que deve ajudar", destaca o agora ex-sócio Luciano Tadau Yanaguti Sato.

A expectativa de Souza era, eventualmente, assumir a cadeira no Senado em 2014, caso Gleisi se licenciasse para concorrer a uma vaga no governo. Com a antecipação dos planos, o futuro senador afirma estar preparado para o desafio.