Pela segunda vez, o juiz da 6ª Vara Criminal Federal, Fausto Martin De Sanctis, responsável pela prisão, entre outros, do banqueiro Daniel Dantas, do ex-prefeito Celso Pitta e do investidor Naji Nahas, pediu à CPI dos Grampos, na Câmara, adiamento de seu depoimento. Em ofício encaminhado à comissão, ele diz estar "impedido" de comparecer na data agendada "tendo em vista grande volume de serviço sob sua responsabilidade". Este segundo pedido foi negado.

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Inicialmente, Sanctis deveria ter prestado depoimento nesta quinta-feira. Mas seu comparecimento foi adiado em razão do depoimento que ele teve de colher de Dantas, em São Paulo. Já o segundo pedido de adiamento foi indeferido ontem pelo presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). "Resolvemos manter a data, já que temos um cronograma a seguir e é importante ouvirmos o dr. Sanctis antes do depoimento do Daniel Dantas", disse Itagiba ao Estado.

O depoimento de Sanctis está marcado para a próxima terça-feira, às 14h30. Já Daniel Dantas deverá comparecer à CPI no dia seguinte. Segundo Itagiba, Sanctis seria informado pela CPI da manutenção da data de seu depoimento o mais rápido possível. "Ainda não conseguimos falar com ele, mas ele será comunicado", afirmou. "Caso ele não venha, será intimado", adiantou o presidente da comissão.

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O pedido de adiamento feito por Sanctis faz parte do ofício número 622/2008 ao qual a reportagem teve acesso. No mesmo documento, o magistrado responde ainda a algumas indagações feitas por Itagiba e pelo deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e salienta que, se suas repostas não fossem consideradas suficientes, a CPI poderia designar nova data para seu depoimento. No ofício, Sanctis diz não haver algo de concreto "até o momento" quanto ao fato de ele ter sido "possível" alvo de grampo ilegal. O juiz nega ainda que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, tenha sido alvo de escuta telefônica, conforme divulgado pela imprensa. Segundo De Sanctis, a matéria é "inverídica".