A defesa da pré-candidatura de Dilma Rousseff (PT) pelo chanceler Celso Amorim causou nesta terça-feira uma troca de farpas entre o ministro e o senador Tasso Jereissati (PSBD-CE). Tasso argumentou que não cabia a Amorim fazer propaganda de sua candidata."O meu métier é fazer propaganda política, não o de vossa excelência", disse Tasso. "O seu neopetismo realmente é comovente."

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Amorim disse que as tentativas do Brasil de obter uma vaga permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e concluir a Rodada Doha de liberalização do comércio mundial devem permanecer como prioridades do próximo governo, independentemente de quem seja o sucessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Esses objetivos eram antes, foram nossos e, quem for eleito, espero que seja a minha candidata, a presidenta...", disse o chanceler.

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Tasso, aliado da candidatura de José Serra (PSDB), interrompeu Amorim, questionando: "Sua candidata?"

Em resposta, o ministro, que filiou-se ao PT em outubro mas decidiu não disputar as eleições, argumentou que Dilma é a candidata de seu partido.

"Se fosse no governo anterior, seu candidato seria outro. O seu candidato foi Serra", afirmou Tasso.

O senador afirmou que Serra poderia também ter nomeado Amorim para o Ministério das Relações Exteriores se tivesse vencido Lula nas eleições presidenciais de 2002.

Para Tasso, Amorim também já havia se aliado a Fernando Collor, pois havia sido promovido durante a administração do ex-presidente.

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Amorim logo rebateu: "Você quer saber em quem eu votei? Eu sou um diplomata de carreira e me orgulho muito de ter sido embaixador naquele momento e ajudado o Brasil inclusive na criação da OMC (Organização Mundial do Comércio)."

Amorim também foi ministro das Relações Exteriores no governo do ex-presidente Itamar Franco (PMDB), que substituiu Collor após o impeachment.