A defesa do deputado federal André Vargas (sem partido) vai argumentar que uma possível cassação do parlamentar é "desproporcional". O parecer que recomenda a perda do mandato do paranaense está na pauta de hoje do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. A sessão estava agendada para o meio-dia desta quarta-feira (20/8) e começou com uma hora de atraso.
"Há precedentes no conselho de condutas mais graves que as imputadas a André Vargas que foram sancionadas com suspensão. É extremamente desproporcional a perda do mandato", diz o advogado do ex-petista, Michel Saliba. Ele usa como exemplo o deputado Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO). Envolvido com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, ele foi suspenso do mandato por 90 dias, em abril.
Vargas é acusado de favorecimento do doleiro Alberto Yousseff em negócios com o governo federal. O doleiro é pivô de um esquema bilionário de dinheiro investigado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, e está preso desde março em Curitiba. O deputado teria intermediado negócios do laboratório Labogen, de propriedade do doleiro, com o Ministério da Saúde.
O elo entre os dois veio à tona com a divulgação de que Vargas viajou com a família para o Nordeste em um avião arranjado por Yousseff, em janeiro.