A Justiça Federal de Curitiba ouviu nesta terça-feira (19) Meire Bonfim da Silva Poza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar um esquema milionário de lavagem de dinheiro descoberto pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. O depoimento se refere a um processo movido pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Youssef e mais seis pessoas.
Meire chegou por volta das 9 horas e o depoimento dela e os de outras três testemunhas duraram cerca de 1h30, no total. Ela não falou com a imprensa.
Como todas as pessoas citadas no processo deveriam estar presentes à audiência, Youssef também compareceu; ele chegou em um camburão.
Segundo o advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Bastos, a contadora não trouxe novidades e nem prova documental, e confirmou que Youssef não é dono do Labogen.
Rodrigo Castor de Matos, advogado de Carlos Alberto Pereira da Costa -- outro réu do processo -- disse que Meire explicou que Youssef era apenas um investidor do laboratório e que o dono da empresa seria Leonardo Meireles.
Além de Meire, que é testemunha de Costa, uma das outras pessoas ouvidas também era testemunha desse réu e duas eram testemunhas do próprio Youssef.
No processo em questão, Youssef, Costa e mais seis pessoas respondem por "crimes contra o Sistema Financeiro Nacional", com base na lei nº 7.492/86. A Operação Lava Jato resultou em uma série de outras de denúncias, que também foram aceitar pela Justiça e se converteram em ações penais.
Meire citou políticos e governo do Maranhão
Em depoimento feito recentemente ao Conselho Ética da Câmara dos Deputados, Meire Bonfim da Silva Poza disse que Alberto Youssef repassou dinheiro ao deputado federal Luiz Argôlo (SDD-BA) e a outros parlamentares. "O Alberto era um banco. Ele pagava contas, dava dinheiro, dava presentes, emprestava", afirmou a contadora. Em entrevista à revista Veja, ela já havia acusado o deputado André Vargas (sem partido-PR) de se beneficiar do esquema.
A ex-contadora também ligou o doleiro ao governo do Maranhão, afirmando que Youssef negociou diretamente, a mando das construtoras UTC e Constran, o pagamento de R$ 6 milhões em propinas para que o governo maranhense antecipasse o pagamento de um precatório de R$ 120 milhões que beneficiava as empresas.
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