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As testemunhas de defesa de Daniel Cravinhos, ouvidas na manhã desta quarta-feira, tentaram mostrar que, apesar de humilde, ele amava e não queria explorar Suzane von Richthofen. O vizinho e amigo Sérgio Gargiulo disse que Daniel era tímido e em nenhum momento se gabou por estar namorando Suzane, uma moça rica.

Gargiulo disse que não esperava que o amigo, que conhecia desde a infância, pudesse cometer um crime.

- Nos chocou bastante o crime. O Daniel era uma pessoa tímida, a família Cravinhos era uma boa família. Nunca ouvi nada sobre eles - disse o rapaz.

Perguntado sobre o comportamento de Astrogildo Cravinhos - a quem o advogado de Suzane acusa de chamá-la de 'a galinha dos ovos de ouro' o rapaz disse que ele não era exibicionista e nem comentava o fato de o filho estar namorando uma moça rica.

- Ele tinha vergonha de sair com a namorada e não dividir no mínimo a conta - afirmou Gargiulo, dizendo que numa das raras vezes em que falou com Astrogildo sobre o crime ele lhe contou que, de acordo com Daniel, a idéia do assassinato foi de Suzane.

Outra testemunha, Alexandre Basílio Torres, ex-presidente da Associação Brasileira de Aeromodelismo, reforçou que Daniel era esforçado e falou sobre as competições de acrobacia, nas quais ele se destacava.

- O Daniel era uma pessoa pacata, nunca tive problemas com ele durante minha gestão - disse.

Mas pouco se falou de Cristian e as duas testemunhas disseram que não o conheciam. Nem mesmo a testemunha destinada unicamente a dizer que ouviu de Cristian que ele não matou ninguém - reforçando o novo depoimento dos irmãos - o conhecia. Trata-se de Silvio Tadeu Vieira, segurança e vizinho da família Cravinhos. Em seu depoimento, Vieira disse que sempre evitou contato com a família. Num dia, no entanto, Cristian teria puxado conversa:

- Ele me disse que, no momento do crime, não conseguiu matar - disse Vieira, que repetiu a frase que teria sido dita por Cristian: 'Cheguei lá, entrei, mas não consegui matá-los. Quem matou foi o Daniel'.

Vieira diz que nunca falou com Daniel e que trocou algumas palavras com Astrogildo Cravinhos, mas sempre evitou tocar no crime, por ser assunto delicado.

O advogado Alberto Toron, assistente da acusação, afirmou que os advogados de defesa tentam distanciar o julgamento dos depoimentos de acusação, ocupando tempo com as testemunhas de defesa. Segundo ele, os depoimentos de terça-feira - de Andreas von Richthofen e dos policiais que investigaram a morte do casal Richthofen - foram muito contundentes.

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