Bicudo: acusações de Delcídio são fatos notórios.| Foto: Fernando Donasci /Folhapress

O jurista Hélio Bicudo afirmou neste sábado (5) que o suposto conteúdo da delação premiada de Delcídio do Amaral (PT-MS) reafirma os fundamentos do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, feito no ano passado. Bicudo disse que o depoimento de Delcídio não traz nenhum fato novo. Segundo o jurista, que é um dos signatários do pedido de impeachment contra Dilma que tramita no Congresso, os fatos que Delcídio teria relatado, que foram negados pela presidente, são todos “notórios” e confirmam os motivos para um impeachment.Na delação, Delcídio teria dito que Dilma e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam tentado interferir na Operação Lava Jato. Bicudo foi um dos fundadores do PT.

CARREGANDO :)

Sobre o debate acerca de exageros na condução coercitiva de Lula, na Operação Lava Jato, Bicudo afirmou que é uma problematização “idiota”. “O [juiz Sérgio] Moro não é nenhum novato e já demonstrou que age com cautela. Se determinou a condução coercitiva, ele tinha motivos”, afirmou. “O discurso do Lula é novamente de se colocar na posição de vítima”, disse.

Publicidade

O jurista criticou o discurso do ex-presidente, após prestar depoimento. Usando uma expressão de Lula no fim de seu discurso, Bicudo afirmou que “jararaca é bicho peçonhento, de quem é preciso ficar longe”. No final da coletiva dada na sexta-feira (4), Lula afirmou que “se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve.”

Liberdade

Bicudo voltou a defender que a Câmara dos Deputados tenha liberdade para atuar na apreciação do processo que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do jurista, o Supremo Tribunal Federal (STF) está impedindo o fluxo normal da discussão do tema na Câmara sem ter a competência para realizar interferências. “O STF não deveria assumir posição política, apenas jurídica. Dessa forma, está agindo ao largo da lei”, afirmou jurista.

Bicudo, que estava almoçando junto com um grupo de amigos advogados em um restaurante na Zona Sul de São Paulo quando deu as declarações, disse que vai participar das manifestações no dia 13 de março, na capital paulista, contra Dilma. O prato do almoço foi lula.